Política | 21-11-2023 07:00

Oposição política no Entroncamento trama socialistas no poder

Oposição política no Entroncamento trama socialistas no poder
Rui Madeira, vereador do PSD. Luís Forinho, vereador independente eleito pelo Chega

Vereadores da oposição no executivo do Entroncamento têm chumbado várias propostas que os socialistas, que perderam maioria nas últimas autárquicas, consideram fundamentais. O MIRANTE questionou os autarcas que explicaram as suas razões, considerando várias medidas “pouco ambiciosas” e que colocam em causa “equilíbrio financeiro”. Jorge Faria não respondeu às questões de O MIRANTE.

O ambiente político no Entroncamento está a ferro e fogo desde há vários meses, principalmente desde que o vereador Luís Forinho, eleito pelo Chega, agora independente, decidiu deixar de colaborar com o executivo socialista liderado por Jorge Faria. Muitas das propostas que vão a deliberação nas reuniões camarárias são chumbadas, situação que coloca o executivo do PS de mãos e pés atados no que diz respeito à gestão da autarquia. Um bom exemplo do poder da oposição PSD/Chega foram os chumbos dos projectos da nova centralidade, da nova biblioteca e dos 100 fogos habitacionais, medidas que os socialistas consideram indispensáveis para o desenvolvimento do concelho e que previam um investimento de várias dezenas de milhões de euros.
O MIRANTE falou com Luís Forinho e Rui Madeira (PSD), os principais rostos da oposição. Luís Forinho assume que no seu primeiro ano de mandato decidiu, por estratégia pessoal, adoptar uma postura de colaboração com o PS, mas que as coisas mudaram assim que lhe faltaram com a palavra. “Fiz um acordo com o presidente, mas tinha de me prometer três medidas: instalação de desfibriladores na zona desportiva, uma nova esquadra para a PSP no início de 2022 (só agora foi conseguido), e a instalação de um sistema de videovigilância na cidade, que nem sequer foi considerado”, referiu. Já Rui Madeira, garante que o PSD nunca teve intenção de boicotar o trabalho socialista, afirmando que os vereadores se têm disponibilizado para colaborar, mas que essa disponibilidade raramente é aceite.
Sobre os projectos reprovados, os vereadores consideram alguns “pouco ambiciosos” face aos investimentos necessários, como é o caso da nova biblioteca. Luís Forinho considera haver uma má gestão de prioridades, uma vez que o município já apoia bastante a cultura, enquanto a saúde, segurança e educação estão em segundo plano. No caso dos 100 fogos habitacionais, Luís Forinho diz que o regulamento da habitação social no concelho não é respeitado nem fiscalizado, sendo em alguns casos, a própria câmara municipal a contribuir para a violação do mesmo, sublinha. Rui Madeira mantém os argumentos já apresentados em reunião de câmara, afirmando que os fogos não estão previstos na Estratégia Local de Habitação, um documento que tem cerca de dois anos. O social-democrata apresenta outras soluções para o investimento como a reabilitação de apartamentos pertencentes a particulares em zonas centrais da cidade, como a Rua Latino Coelho e a Rua Calcetada, que estão num estado avançado de degradação.
Ambos os vereadores acreditam não estar a tomar posições que prejudiquem o desenvolvimento do concelho, pelo contrário, afirmam que se as propostas avançassem é que o impacto seria negativo. O presidente da Câmara do Entroncamento, Jorge Faria, não respondeu às questões que O MIRANTE lhe colocou por escrito e que visavam a sua defesa e uma tentativa de explicar aos leitores e eleitores do Entroncamento como vai governar até ao final do mandato sem acordos e com a oposição radical que está a ser assumida pelos políticos da oposição.

Uma vitória por 62 votos

A lista candidata às últimas eleições autárquicas do Entroncamento, encabeçada por Jorge Faria (PS), que cumpre o seu último mandato à frente da autarquia, ganhou apenas por 62 votos, número que não chega a 1% de diferença. Na noite eleitoral, a candidatura do PSD esteve à frente grande parte do tempo, mas nos momentos finais o resultado virou. No discurso de tomada de posse Jorge Faria antecipou um mandato exigente e chegou a negociar atribuir ao PSD pelouros no executivo, algo que acabou por não acontecer.

À Margem/Opinião

Jorge Faria é um fraca-roupa

Jorge Faria ganhou as últimas eleições autárquicas no Entroncamento por 62 votos, depois de ter cumprido um mandato com maioria absoluta. Não foi o Partido Socialista que perdeu a maioria absoluta nas últimas eleições e que por uma unha negra não perdeu a presidência da câmara, mas sim Jorge Faria, o fraca-roupa que o PS escolheu para roubar a câmara ao PSD. Jorge Faria transportou para a câmara do Entroncamento o que trouxe do Politécnico de Santarém, onde foi presidente da Escola de Gestão: como político é uma pessoa grosseira, retrógrada, antiquada, sinistra e acima de tudo vingativa. O Entroncamento é um concelho entregue à bicharada com o PS actual liderado por Jorge Faria, como já era anteriormente com o PSD que não se soube renovar. Os últimos resultados mostram que há seis anos quem ganhou foi o PS e não o candidato Jorge Faria. Por isso é que não faz sentido que o Partido Socialista continue a deixar que o fraca-roupa do presidente da câmara se esconda por trás da sua idiotice e não fale à comunicação social nem se explique aos munícipes.

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