Política | 06-01-2024 18:00

Aumento da tarifa da água em 8,4% motiva críticas em Torres Novas

Aumento da tarifa da água em 8,4% motiva críticas em Torres Novas
Pedro Ferreira, presidente do município, respondeu às críticas da oposição afirmando que as normas da ERSAR têm de ser cumpridas

Famílias dos concelhos abrangidos pela empresa intermunicipal Águas do Ribatejo vão sofrer um aumento de 8,4% na tarifa da água. Em Torres Novas a subida não foi bem recebida pelos autarcas da opisição.

O aumento das tarifas da água e do saneamento em 8,4% para o ano de 2024 nos sete concelhos abrangidos pela empresa intermunicipal Águas do Ribatejo não foi bem acolhido em Torres Novas, motivando críticas dos partidos à esquerda e à direita. Na última sessão da Assembleia Municipal de Torres Novas foi o Bloco de Esquerda (BE) a insurgir-se contra este aumento e, na última reunião pública do executivo municipal, o PSD.
O vereador Tiago Ferreira (PSD) já tinha votado contra a proposta da tarifa a aplicar em 2024 e voltou a votar no mesmo sentido a proposta de rectificação aprovada na última reunião pública, considerando o valor de aumento “exagerado face ao panorama nacional e aos rendimentos das pessoas”. O social-democrata concordou, porém, com a alteração de os utilizadores com fossa séptica poderem usufruir do tarifário fixo normal, o que lhes dá o direito de solicitarem a limpeza da mesma sem terem de pagar mais e directamente por isso.
Numa intervenção acesa na assembleia municipal, o eleito pelo BE, Roberto Barata começou por dizer que numa altura em que os portugueses são confrontados com uma estimativa de inflacção de 3% para 2024 e a Euribor acima dos seis meses a 4%, a Águas do Ribatejo resolve dar aos consumidores um “presente envenenado”, aumentando a tarifa em 8,4%. “É decepcionante, o município de Torres Novas não parece estar a utilizar a sua influência – enquanto accionista da AR- para proteger as famílias locais. O aumento proposto vai impactar directamente nos orçamentos familiares que já estão muito sob pressão”, afirmou Roberto Barata, apelando ao município que reconsidere a proposta do aumento e procure “alternativas para garantir a viabilidade financeira da empresa sem sobrecarregar ainda mais as famílias” com um aumento de 8,4% que “é uma vergonha”.
Em resposta ao bloquista, o presidente do município, Pedro Ferreira (PS) afirmou que há normas da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) que têm de ser cumpridas e que, neste caso, foi isso que aconteceu. “Foi proposto à ERSAR não aplicar esta percentagem, mas a ERSAR não concordou. Tivemos que anuir à questão, entrar com a percentagem de 8,4% que obviamente é uma percentagem significativa”, disse. O autarca referiu também que houve uma grande reflexão por parte da Águas do Ribatejo e dos municípios que dela fazem parte, mas que, em assembleia-geral, esse aumento acabou por ser aprovado. Pedro Ferreira salientou ainda que existe uma tarifa social para as famílias carenciadas.
A Águas do Ribatejo, empresa com capitais exclusivamente públicos, serve os municípios de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos e Torres Novas, num território de 3.200 km2, com uma população de 140 mil consumidores. Em 2023 o tarifário sofreu um aumento de 3,9%, mantendo-se, tal como para 2024, um tarifário social para os mais vulneráveis e um tarifário para famílias numerosas.

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