Proposta da CDU de VFX contra aumento das rendas chumbada por ser “irrealista”
Autarcas do PS, Coligação Nova Geração e Chega na Câmara de Vila Franca de Xira votaram contra a proposta dos comunistas que visava exigir ao Governo medidas para travar o aumento especulativo das rendas.
A bancada da CDU na Câmara de Vila Franca de Xira ficou isolada na defesa da sua proposta que visava exigir do Governo a tomada de medidas para travar o aumento especulativo das rendas. À excepção dos comunistas, os eleitos do PS, coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT) e Chega votaram contra o documento por o considerarem populista, irrealista e de legalidade duvidosa. O documento, apresentado ainda antes da dissolução formal do Parlamento, exigia que o Governo tomasse medidas para reduzir o valor das rendas e das prestações pagas ao banco pelos munícipes, no sentido de assegurar o direito à habitação.
A proposta exigia que o Governo assegurasse que os bancos suportassem com os seus lucros o aumento das taxas de juro, a par da implementação de uma moratória que isentasse de pagamento a parcela de capital dos empréstimos. Também exigia a fixação de um limite ao aumento das rendas de casa, incluindo para os novos contratos que viessem a ser celebrados, fixando-o em 0,43% em vez dos cerca de 7% previstos. A proposta da CDU reclamava também que o Governo realizasse um levantamento das carências habitacionais inscritas na Estratégia Local de Habitação de Vila Franca de Xira, “mobilizando os recursos financeiros correspondentes”.
Anabela Barata Gomes, da CDU, lembrou que a prioridade deveria ser “travar a especulação e usura do capital financeiro e da banca” através de uma solução coerente e eficaz. O presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira (PS), justificou o voto contra por considerar que a matéria não diz respeito à câmara, embora reconheça que é preciso um alívio das rendas. “Só serve para a CDU cumprir um calendário para poder pensar que se vai mantendo na crista da onda da contestação quando já está abaixo da linha de água”, atirou.
Também o vereador Barreira Soares, do Chega, disse ter votado contra porque a proposta iria causar o contrário do que é proposto. “É preciso é criar menos burocracia, reduzir impostos e incentivar a remodelação dos edifícios devolutos. É com medidas concretas que daremos resposta aos problemas”, afirmou. A coligação Nova Geração questionou a legalidade da proposta para justificar o voto contra.