PS vence eleições intercalares na União de Freguesias de Alvega e Concavada
Socialistas conseguiram maioria absoluta num acto eleitoral motivado pela instabilidade política que se tem vivido em Alvega e Concavada desde as eleições autárquicas de 2021. Foram as segundas eleições intercalares deste mandato. Carla Peixe é a nova presidente da junta.
O Partido Socialista (PS) venceu com maioria absoluta as eleições intercalares realizadas na União de Freguesias de Alvega e Concavada, no concelho de Abrantes, destronando o movimento independente MIUFAC, que liderava, ao obter 61,9% dos votos. Segundo os dados revelados pelo município de Abrantes, o PS, com Carla Peixe como cabeça de lista, obteve 585 votos do total dos 1.638 eleitores inscritos, contra 278 votos do PSD (29,4%) e 81 votos da CDU (8,5%), o que corresponde a seis mandatos para o PS e três para o PSD. O total de votantes foi de 966, o que corresponde a 58,8% dos eleitores, num ato eleitoral onde a abstenção foi de 41% e os votos brancos (7) e nulos (15) foram residuais.
“Era um sonho que tinha, um dia ser candidata a presidente de junta, e, dada a situação em que a junta de freguesia se encontrava, quando me convidaram pensei que estava na altura de arregaçar as mangas e fazer alguma coisa para elevar a freguesia àquilo que ela merece”, disse à Lusa Carla Peixe, de 49 anos. Assistente técnica na União de Freguesias de Alvega e Concavada há 17 anos, destacou o factor “proximidade” e o “conhecimento das pessoas e dos seus problemas” como elementos decisivos para a sua eleição, tendo indicado que a maioria absoluta alcançada “vai permitir pacificar e avançar com as propostas” e desafios a que se propôs.
Três candidaturas apresentaram-se a votos nas eleições intercalares da Assembleia de Freguesia de Alvega e Concavada, no concelho de Abrantes, depois da renúncia ao mandato da maioria dos elementos do órgão autárquico. PSD, CDU (coligação PCP/PEV) e PS eram, pela ordem do boletim de voto, as forças políticas concorrentes nas segundas intercalares desde as autárquicas de 2021.
Os problemas de gestão da freguesia começaram logo após as autárquicas de Setembro de 2021, que o PS venceu por 23 votos de diferença, elegendo três elementos, tantos quantos o PSD, a segunda força política mais votada, e tantos quantos o BE. As três propostas apresentadas então pelo PS para formar um executivo foram chumbadas por BE e PSD, que acabaram por renunciar ao mandato e antecipar o cenário de novas eleições, confirmado em Janeiro de 2022 num despacho assinado pelo Governo.
Para essas eleições foi criado o Movimento Independente da União de Freguesias de Alvega e Concavada (MIUFAC), encabeçado por António Moutinho, que tinha concorrido pelo PSD em 2021. Nas intercalares apresentou-se com elementos das listas do PSD e do BE, partidos que abdicaram de candidaturas próprias. Em Março de 2022, o MIUFAC teve maioria absoluta, com 51,2% dos votos (481 votos do total dos 1.678 eleitores inscritos naquele ano), contra 369 votos do PS (39,3%) e 79 votos da CDU (8,4%). Os problemas, no entanto, não pararam, com vários membros do movimento de cidadãos a apresentarem a renúncia aos cargos e, em Agosto, os socialistas renunciaram também, em protesto pela “instabilidade política”.