Política | 21-02-2024 17:45

PSD de Azambuja diz que PS desvaloriza papel da Cerci no projecto Bata Branca

PSD de Azambuja diz que PS desvaloriza papel da Cerci no projecto Bata Branca
Rui Corça, presidente comissão concelhia PSD de Azambuja e vereador na câmara municipal

Sociais-democratas de Azambuja consideram “incompreensível” a postura do executivo PS para com a instituição que tornou possível a implementação do projecto que está a garantir médicos à população.

A comissão política concelhia do PSD de Azambuja, presidida por Rui Corça, que também é vereador no executivo, considera “incompreensível” que os socialistas que governam a Câmara de Azambuja “desvalorizem sistematicamente o papel da Cerci na concretização do projecto no dia-a-dia”.

“Sem esta IPSS, as pessoas não tinham 12 médicos a dar as consultas que precisam”, lê-se na tomada de posição pública da concelhia do PSD, que surge depois do conselho de administração da Cerci Flor da Vida ter afirmado que o projecto Bata Branca cessa a 1 de Março devido à não renovação dos protocolos com a Saúde e o município e a consequente não transferência de verbas que dizem respeito ao pagamento de horas de consultas realizadas pelos médicos.

Os sociais-democratas vincam que “ao contrário de outros concelhos, o Bata Branca em Azambuja não nasce da iniciativa da autarquia, mas sim da iniciativa da comunidade (movimento de cidadãos que propôs e da Cerci que pôs em prática)”. E, sublinham, desde 2017 que o PSD defende que a falta de médicos só tem solução com recurso à sociedade civil.

Relativamente ao comunicado emitido pelo município, que é assinado pelo presidente Silvino Lúcio (PS) e no qual é dito que a autarquia “não pode transferir dinheiro público sem documento que o valide”, o PSD diz que o socialista “tem razão; o que não diz é que tem documento que lhe permite pagar o que deve à Cerci de 2023, e que quem já devia ter tratado do documento para pagar 2024, antes do ano começar, era a câmara que ele preside”.

Salientando que “o mais importante é a saúde das pessoas”, o PSD apela ainda à Cerci que reconsidere a posição tomada e critica quem “manda neste SNS moribundo e numa câmara inoperante. Ponham o serviço ao cidadão à frente e paguem os mais de três meses que devem”, lê-se.

Recorde-se que depois de emitir o comunicado na página do município, o presidente da Câmara de Azambuja adiantou ao nosso jornal que na próxima reunião do executivo municipal, que se vai realizar a 27 de Fevereiro, vai constar da ordem de trabalhos uma proposta de protocolo a celebrar entre a autarquia e a instituição assim como outra para permitir a libertação da verba – 2.300 euros, segundo Silvino Lúcio - que ficou por saldar de 2023, altura em que ainda vigorava o protocolo inicial.

O projecto, que resulta de um acordo de colaboração inicial entre a Cerci Flor da Vida, a ACSS, o Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo e o município de Azambuja, recorde-se, começou por ser implementado no Centro de Saúde de Azambuja, tendo sido alargado, a 19 de Julho do ano passado, à unidade de saúde de Aveiras de Cima. A 29 de Julho este serviço foi ainda reforçado com a realização de teleconsultas, destinadas a utentes sem médico de família que se encontram em situação de dependência no domicílio e impedidos de se deslocarem. Até Dezembro último foram realizadas 5.600 consultas no âmbito do Bata Branca, num concelho onde a maioria da população não tinha acesso a cuidados primários de saúde por falta de médico de família atribuído.

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