Município da Chamusca continua a ignorar problemas graves na gestão do Centro da Carregueira
Oposição pediu um ponto de situação ao presidente da Câmara da Chamusca sobre a instituição que está a passar por graves problemas financeiros. Paulo Queimado atirou responsabilidades para a direcção do Centro de Apoio Social da Carregueira.
Os problemas graves que a direcção do Centro de Apoio Social da Carregueira (CASC) tem enfrentado nos últimos anos, que estão a colocar em risco o funcionamento da instituição, foram discutidos na última Assembleia Municipal da Chamusca. A oposição ao executivo de maioria socialista no município pediu um ponto de situação, nomeadamente em relação à falta de capacidade da instituição em pagar os subsídios de Natal em atraso aos funcionários.
Paulo Queimado, presidente da autarquia, voltou a repetir o que a vice-presidente tinha referido numa reunião de câmara recente e que foi notícia em O MIRANTE. “Pedimos expressamente para nos enviarem dados concretos sobre as dificuldades que estão a passar. Não temos números reais. Pedimos para nos enviar o orçamento para 2024 para sabermos as despesas e eventualmente darmos alguma ajuda, embora não o façamos em relação às despesas correntes. Mas foi-nos transmitido que a máquina de lavar roupa industrial está avariada e que iam lavar roupa ao Intermarché da Golegã. Foi nos transmitido que há muitos aparelhos de ar condicionado avariados e isso é uma situação desconfortável para os utentes”, disse, acrescentando: “o assunto tem estado na comunicação social, mas a comunicação não pode resolver o problema”.
Recorde-se que recentemente houve uma reunião entre as partes com o director da Segurança Social de Santarém que não surtiu o efeito desejado. O presidente da instituição, Horácio Ruivo, afirmou na altura a O MIRANTE que não houve abertura para qualquer apoio para além da candidatura ao Fundo de Socorro Social. O CASC tem prejuízos todos os meses de milhares de euros, estando a actividade regular da IPSS cada vez mais comprometida. O Centro de Apoio Social da Carregueira dá resposta a cerca de 150 utentes, em regime de residência, domicílio e centro-de-dia, e tem nos seus quadros cerca de 70 funcionários.
A O MIRANTE, Horácio Ruivo reconheceu que ainda não entregou dados à câmara porque está a fazer a recolha de informações, mas garantiu que o vão fazer. Ainda assim, não tem dúvidas de que não vai adiantar de nada. “Na reunião com a Segurança Social o presidente da câmara foi peremptório ao dizer que não apoia a instituição para além do que é normal, nomeadamente com a comparticipação na compra de equipamentos ou na realização de obras. Como não temos dinheiro para nada disso sabemos que não vai haver apoio”, sublinhou.