Política | 12-04-2024 08:49

Os 50 anos do 25 de Abril

O conceito de liberdade continua a ser um conceito adulterado pela extrema esquerda, dado que para a extrema direita envergonhada essa palavra nem sequer existe. Ambos detestam o regime democrático liberal e a verdadeira liberdade que hoje se vive em Portugal e ambos usufruem dessa mesma liberdade para lutar contra ela, mesmo que de forma hipócrita e dissimulada.

Na comemoração dos 50 anos de Abril continua a subsistir uma certa aragem de hipocrisia, aragem essa que emana da derrota total do PREC – Processo Revolucionário em Curso.

Ainda hoje existe uma mescla de pessoas que se julgam donas da data em causa, sendo que muitas dessas personagens são precisamente aquelas que não conseguem disfarçar uma raiva incontida de cada vez que se fala do 25 de Novembro.

Justamente, no dia 25 de Novembro de 1975, um conjunto de militares arrasou de uma vez por todas com o PREC e com o caminho para o comunismo, colocando o novo regime nos carris da autêntica liberdade, afinal, o grande desiderato da revolução dos cravos.

Como é óbvio e decorridos 50 anos, já existe bastante investigação histórica sobre o 25 de Abril, percebendo-se de tudo o que foi escrito que, em cada “capitão de Abril”, existia uma convicção política própria, ou seja, não existia um denominador político comum entre todos eles.

Para comprovar essa realidade basta constatar as divisões que surgiram entre os militares depois da revolução, os quais se separaram entre spinolistas, gonçalvistas/ comunistas – protagonistas do PREC -, grupo dos nove, eanistas, terroristas como Otelo, etc.

O que os uniu foi sim o derrube do regime e o fim da guerra colonial.

Chegou a liberdade a Portugal e isso foi um facto indesmentível.

Todavia, o conceito de liberdade continua a ser um conceito adulterado pela extrema esquerda, dado que para a extrema direita envergonhada essa palavra nem sequer existe. Ambos detestam o regime democrático liberal e a verdadeira liberdade que hoje se vive em Portugal e ambos usufruem dessa mesma liberdade para lutar contra ela, mesmo que de forma hipócrita e dissimulada.

Mas os esquerdistas e quejandos continuam a odiar o 25 de Novembro de 1975. Essas esquerdas que cantam “hosanas” sobre as ocupações selvagens, que se julgam donas da Avenida da Liberdade e que sonhavam fazer do 25 de Abril uma revolução comunista, constituem uma triste brigada do reumático, eivada de frustrações e de ódios acumulados por Portugal viver hoje em liberdade.

Propositadamente, confundem a palavra liberdade com a imposição do seu modo de vida, corroendo os alicerces sociais, tentando por essa via obter aquilo que nunca conseguirão pela força dos votos. Para esses, o 25 de Novembro foi obra de fascistas que adulterou o espírito de Abril.

Não. Ao invés, o 25 de Novembro foi obra de arautos da liberdade que garantiram o espírito livre de Abril e a genuína liberdade que hoje se vive em Portugal. De tal modo, que é o 25 de Novembro que permite que esses senhores possam viver em liberdade em Portugal e que possam continuar a dizer os maiores disparates sobre tudo e sobre todos.

Mas tem de ser assim.

É essa aparente contradição – a liberdade de opinião dos que a detestam – que constitui a maior fragilidade, mas também o grande fundamento da superioridade moral do regime democrático liberal. A liberdade de errar e de não ter medo.

Quem renega o 25 de Novembro é um inimigo da liberdade. Não existe meio termo para a liberdade. Ou existe, ou não existe.

Devemos abrir os braços ao céu e continuar a lutar pela liberdade de pensar o que quisermos e de dizer o que quisermos.

A liberdade do 25 de Abril de 1974 foi salva pelo 25 de Novembro de 1975. Tudo o resto são frustrações de quem sonhou - e ainda sonha -, com um Portugal comunista.

Os cravos vermelhos não são propriedade de ninguém.

Os cravos vermelhos continuarão a florir livremente nos campos, sem donos e em inteira liberdade.

Viva o 25 de Abril!

P.N.Pimenta Braz

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