Política | 18-04-2024 11:00

Derrocada e fuga de gás em obras municipais em Torres Novas levantam dúvidas sobre segurança

Derrocada e fuga de gás em obras municipais em Torres Novas levantam dúvidas sobre segurança
foto dr

Derrocada em edifício habitacional contíguo a um terreno onde decorre uma obra a cargo do município obrigou ao realojamento de moradores. Numa outra zona da cidade uma fuga de gás fez parar o trânsito e confinou alunos e moradores. Presidente do município diz que estão a encetar diligências para saber origem dos incidentes. PSD pede transparência e apuramento de responsabilidades.

A derrocada lateral de um edifício de habitação contíguo a uma obra municipal para construção de habitação a custos controlados na rua dos Ferreiros, em Torres Novas, obrigou, na terça-feira, 16 de Abril, ao realojamento de moradores. Na mesma cidade e no mesmo dia, na zona da Várzea, entre o acesso a um hipermercado e bombas de combustível houve uma rotura de uma conduta de gás provocada por uma máquina, também no decorrer de uma obra municipal.

Segundo o comandante dos Bombeiros Torrejanos, José Carlos Pereira, a rotura da conduta foi considerada de “grande dimensão”, tendo obrigado ao corte de trânsito no sentido sul-norte durante cerca de uma hora e ao confinamento de alunos no interior da escola profissional e dos moradores nas suas habitações. O alerta para o incidente, acrescentou a O MIRANTE, ocorreu cerca das 14h00 e no local estiveram os Bombeiros Torrejanos, serviço municipal de protecção civil e técnicos da empresa de gás. Em nenhuma das ocorrências houve feridos a registar.

Contactado por O MIRANTE o presidente do município, Pedro Ferreira, assegurou que em ambos os casos “estão a ser tomas providências para saber o que se passou e apurar responsabilidades”. Sobre a fuga de gás o autarca socialista referiu que “foi uma situação absolutamente controlada no momento” e que “não comprometeu nada”. Já no caso da derrocada de um muro que “pôs em risco uma habitação” na sequência de uma escavação que estava prevista no decorrer de obra camarária, Pedro Ferreira adiantou que parece haver evidência de que terá ocorrido devido à existência, no sub-solo, de “silos” antigos que eram usados pela comunidade para guardar cereais e outros bens. Algo que não foi possível apurar no estudo geotécnico que foi feito e que, sublinhou, é feito para todas as empreitadas.

“De imediato suspendemos a obra e vamos com muita urgência contactar empresas da especialidade sobre a sustentabilidade daquela zona e criar uma zona estável para a obra poder continuar e reparar parte da casa que ficou em risco. Os serviços técnicos estão a tratar disso ao segundo”, afirmou, lamentando o transtorno que a situação está a causar a quem ali habitava.

PSD quer saber se planos de segurança são cumpridos

As situações ocorridas quase em simultâneo estão a causar preocupação. A comissão política do PSD de Torres Novas já se pronunciou através de um comunicado no qual começa por afirmar que “irá apresentar um requerimento ao senhor presidente da Câmara de Torres Novas para esclarecer o que se passa com a segurança das diversas obras que estão a ser promovidas pelo município”.

“É muito preocupante que duas situações de potencial perigo extremo para pessoas e bens tenham ocorrido quase em simultâneo. É também imprescindível saber se os moradores do prédio da rua de Santiago, que desabou, foram bem realojados e se lhes está a ser dada a atenção devida, ainda que a responsabilidade que vier a ser apurada possa não ser do município, o dono de obra”.

O PSD de Torres Novas refere ainda que continuará atento “a estas questões, exigindo transparência e responsabilidade por parte das entidades competentes” e que vai “diligenciar sobre se os Planos de Segurança e Saúde em obra aprovados em reunião de câmara estão a ser cumpridos e se estão devidamente ajustados à realidade”.

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