Oposição em Torres Novas protesta contra pouco tempo dado para analisar documentos
Vereadores da oposição na Câmara de Torres Novas criticaram o pouco tempo dado pelos socialistas para analisarem a documentação da extensa ordem de trabalhos. Presidente do município diz que vai ter “mais cuidado”.
O vereador do PSD na Câmara de Torres Novas, Tiago Ferreira, iniciou a sua intervenção na última reunião pública com uma declaração de protesto contra a extensa ordem de trabalhos, composta por 36 pontos, e o pouco tempo dado à oposição à maioria socialista para analisar os documentos. Uma posição partilhada pelo vereador do Movimento P’la Nossa Terra, António Rodrigues, que embora tenha abandonado a reunião por outro motivo, concordou que houve pouco tempo para poderem analisar a documentação que acompanha a proposta do relatório de prestação de contas.
“Desafio qualquer um dos vereadores e o senhor presidente a dizer se podem votar em consciência todos os documentos, pois no tempo que tivemos para os estudar, que são praticamente três ou quatro dias, é impossível sequer abrir todos. Já tinha solicitado que se marcassem reuniões extraordinárias nos casos em que se justifique e este é um deles”, disse Tiago Ferreira, sublinhando que tem actividade profissional “intensa” fora da política.
O social-democrata referiu que os vereadores da oposição não têm “assessorias pagas pela câmara municipal” e que “até ficaria bem disponibilizar uma verba para que cada grupo dos partidos representados na assembleia municipal contratasse uma assessoria, como outras câmaras o fazem”. Realçou também que o “estatuto do direito de oposição consagra o direito à informação, definindo que a mesma deve ser prestada no prazo razoável”.
Em resposta, o presidente do município, Pedro Ferreira (PS), pediu desculpa por não ter tido maior cuidado na escolha da ordem de trabalhos para a reunião que, admitiu, se revelou extensa. “Deve haver maior cuidado da minha parte para dar mais tempo aos vereadores. Teremos mais cuidado”, afirmou.
António Rodrigues sugeriu mesmo que a proposta do relatório de contas fosse retirada mas, quanto a isso, o presidente de câmara entendeu que não o iria fazer. A proposta, aprovada por maioria (PS) com a abstenção do PSD e ausência do vereador do MPNT, foi apreciada na sessão da assembleia municipal.