Candidato do PSD no Entroncamento diz que não tem medo do Chega
O vereador do PSD Rui Madeira, que vai ser novamente candidato à presidência da Câmara do Entroncamento, acredita que a subida do Chega nas últimas legislativas não se vai repetir nas autárquicas de 2025 no concelho.
O vereador da Câmara do Entroncamento Rui Madeira vai ser novamente o candidato do PSD à presidência do município, actualmente gerido pelo PS com maioria relativa. O autarca social-democrata acredita que o facto de o Chega ter sido o segundo partido mais votado, no concelho, nas últimas eleições legislativas não vai ter influência nas eleições autárquicas do próximo ano. “As eleições autárquicas e as legislativas são tipos de eleições diferentes, com interesses, dimensões e intervenientes distintos. No Entroncamento o Chega tem demonstrado instabilidade a todos os níveis e não se percebe o que pretende localmente” afirma, acreditando que o crescimento de votos do partido de extrema-direita nas legislativas se tratou de uma manifestação de protesto e desagrado com o que se tem passado no país. A constante troca de vereadores eleitos pelo Chega na Câmara do Entroncamento é outra situação apontada por Rui Madeira como prova de instabilidade. Nas eleições autárquicas de 2021 o Chega concorreu com um cabeça de lista que nunca chegou a tomar posse, sendo substituído por Luís Forinho ainda na fase inicial, numa transição pouco pacífica e com conflitos internos que, mais tarde, levaram Luís Forinho a desvincular-se do partido.
Vereadora do Chega dá ajudinha ao PS
Nas últimas reuniões camarárias, Isabel Sousa tem substituído Luís Forinho. No entanto, as trocas devem ser temporárias, uma vez que Luís Forinho não renunciou ao mandato. Numa das reuniões em que Isabel Sousa esteve presente votou favoravelmente com os vereadores do PS o projecto de demolição e construção do Jardim de Infância Sophia Mello Breyner, medida que Luís Forinho vinha a chumbar recorrentemente com a oposição social-democrata.
Para Rui Madeira, esse e outros episódios, como o voto favorável a que o PS tivesse o terceiro vereador a tempo inteiro no executivo, têm demonstrado a incoerência do Chega que sempre se mostrou contra a gestão socialista. “O Chega quando chegou à autarquia prometia combater e fiscalizar as medidas menos correctas do PS, no entanto fez sempre tudo menos isso. O Chega propôs levar a reunião camarária uma análise a concursos públicos feitos anteriormente, por suspeitas de não terem sido realizados de maneira imparcial, e quando o ponto foi apresentado em sessão camarária votaram contra também, tendo apenas os votos favoráveis dos eleitos do PSD” explica Rui Madeira, questionando o porquê de dois vereadores do mesmo partido votarem em sentido contrário a mesma proposta.