Substituição de eleitos do PSD na Assembleia de Freguesia de Azambuja não foi pacífica
Quatro eleitos do PSD renunciaram ao mandato na Assembleia de Freguesia de Azambuja, por não se reverem na nova liderança da concelhia, protagonizada por Ana Margarida Lopes.
Quatro autarcas eleitos pelo PSD na Assembleia de Freguesia de Azambuja apresentaram, na semana passada, um pedido de renúncia aos mandatos. A concelhia do PSD de Azambuja, liderada por Ana Margarida Lopes, esclareceu O MIRANTE que a decisão de António Catarino, Luís Otero, Pedro Cardoso e Vera Jerónimo “foi pessoal” e que os membros foram “substituídos por novos representantes”.
Esta mudança surge depois de eleições internas realizadas a 12 de Maio e o PSD de Azambuja sublinha que a saída dos elementos da assembleia de freguesia “não foi solicitada” pelo partido “a nenhum dos seus autarcas eleitos”. No entanto, Luís Otero sublinha que tal não corresponde à verdade. “A presidente pediu-me para me demitir do cargo. Eu não concordo com aquela nova direcção, porque no meu entender com a presidência dela o PSD de Azambuja volta ao passado. Fiz chegar a minha opinião cordialmente e disse que ia cumprir o mandato até ao fim para depois me retirar das listas”, conta, acrescentando: “Num ataque de raiva e de imediato, via whatsapp, mandou-me uma mensagem para renunciar ao cargo. Foi mesmo a concelhia que me pediu em nome da sua presidente”. Os restantes três elementos, ainda segundo Luís Otero, “demitiram-se em solidariedade comigo”.
Confrontada com estas declarações, Margarida Lopes contrapõe que “a iniciativa de corte connosco partiu dele [Luís Otero]. Houve até uma insistência para que pudesse trabalhar connosco, mas declinou o convite porque não se revia na comissão política e que punha o cargo à disposição”.
Os novos membros que passaram a integrar a Assembleia de Freguesia de Azambuja pelo PSD são António Filipe, Emanuel Alfaiate, Mariana Dias, Miguel Monteiro e Vera Vides. “Com estas substituições, o PSD mantém a sua representação de cinco eleitos na assembleia”, vincou Margarida Lopes. A dirigente destacou ainda que esta alteração na composição do grupo do PSD representa “um novo ciclo político” e “uma oportunidade para afirmar novos quadros políticos e autárquicos com especial ligação aos jovens da Freguesia de Azambuja”.
Recorde-se que Ana Margarida Lopes foi a escolha dos militantes para presidir à concelhia do PSD que estava a ser liderada há quatro anos por Rui Corça, também vereador na Câmara de Azambuja. Ana Margarida Lopes teve 72,50% dos votos (58) e Rui Corça ficou-se pelos 26,25% (21 votos).
De salientar que a votação motivou ainda uma troca de galhardetes, com Rui Corça a denunciar ao conselho de jurisdição nacional do partido supostas irregularidades cometidas pela lista adversária. Já Margarida Lopes dizia-se “perfeitamente tranquila”, sublinhando que a jurisdição distrital esteve sempre presente e validou o acto eleitoral. “Lamento que ele venha com estas declarações para os jornais. Acredito que só tenha a ver com o facto de ser mau perdedor”, afirmava no final de Maio.