Política | 26-07-2024 12:00

Chumbada adesão do município do Entroncamento a programa de acção social financiado pela Europa

Falta de informação clara e detalhada é a justificação dada pelos vereadores da oposição na Câmara do Entroncamento para vetarem a adesão do município ao Contrato Local de Desenvolvimento Social 5G.

A adesão do município do Entroncamento ao programa de acção social CLDS (Contrato Local de Desenvolvimento Social) 5G foi chumbada pela oposição, tendo recebido apenas os votos favoráveis dos eleitos do PS, que governa com maioria relativa. Em Março, a oposição PSD e Chega já havia votado contra a proposta por “falta de informação concreta e clara”. A candidatura, financiada pela União Europeia a 100% numa verba a rondar os 496 mil euros, identifica três eixos de intervenção principais no concelho: combate à pobreza e exclusão social de jovens e crianças; desenvolvimento social de capacitação comunitária; e intervenção em contexto de emergência social e promoção de emprego.
As dúvidas dos vereadores sociais-democratas recaem, sobretudo, na falta de informação e detalhes apresentados no documento. Anabela Carvalho e Rui Madeira apontam que os resultados do anterior CLDS 4G não eram conhecidos de forma concreta e não sabiam qual era a métrica de avaliação dos mesmos. A vereadora do PSD questiona o PS sobre o que se pretende fazer, concretamente, em quatro anos de programa e como se pretende investir a verba financiada.
Rui Madeira lamenta que não sejam identificados, no documento, os grupos considerados de risco de exclusão social e com maior fragilidade a nível social, acrescentando que não entende as necessidades de promoção de emprego no concelho. “De onde veio essa necessidade? Foram os empregadores que sugeriram? Temos dados que sustentem isso?” questiona. Já Rui Gonçalves acusa o executivo de estar a trabalhar sobre uma candidatura sem um plano sólido e previamente definido, onde os orçamentos e as actividades previstas são pouco claras. “O documento é uma série de generalidades, sem nada definido e parece que é mandar ao ar e depois logo se vê. Presidente, aceite um conselho uma vez na vida, retire-se o ponto, a medida que seja reformulada e volte a ser votada até Setembro”, aconselhou.
O presidente da câmara, Jorge Faria (PS), diz que os resultados do CLDS 4G foram avaliados pelas entidades competentes com um relatório apresentado à autarquia. O autarca destaca a importância dos programas de gerações anteriores para promover inclusão social e acrescenta que em termos de emprego, o objectivo passa por capacitar a população em risco de exclusão social. “Não se trata de arranjar emprego ou de um diagnóstico junto dos empregadores, mas sim de capacitar para tarefas profissionais pessoas que estão nas franjas da exclusão social e não têm essas capacidades”, afirma. Jorge Faria não cedeu e levou o ponto a votação que acabou por ser chumbada com os votos contra dos eleitos pelo PSD e da vereadora Isabel Sousa, eleita pelo Chega, agora independente.

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