Presidente da Câmara de Tomar abre as portas do mercado municipal em dia de greve
Mercado Municipal de Tomar abriu na sexta-feira, 20 de Setembro, dia de greve da função pública. Com três funcionários municipais de greve e um de férias, foram o presidente da Câmara Municipal, Hugo Cristóvão, e a vereadora Rita Freitas que abriram as portas do edifício. A atitude dos autarcas foi elogiada pelos vendedores, mas criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL).
A atitude do presidente da Câmara Municipal de Tomar, Hugo Cristóvão, e da vereadora Rita Freitas, que decidiram abrir as portas do Mercado Municipal em dia de greve, na sexta-feira, 20 de Setembro, perante a ausência de quatro funcionários (três por motivo de greve e um por férias), foi duramente criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL). O STAL, em comunicado, acusa a autarquia de ter violado o direito à greve, desrespeitando a lei que proíbe a substituição de trabalhadores em greve e colocando em risco a segurança de trabalhadores e clientes. A Câmara Municipal de Tomar rejeita a acusação, garantindo que agiu tendo em conta os interesses da comunidade e daqueles que nela vivem.
Hugo Cristóvão garante que a câmara nunca colocou em causa o direito à greve ou ao exercício sindical, explicando, no entanto, que é importante haver bom senso: “que se perceba que os direitos de uns não devem atropelar os dos demais, nomeadamente dos que podem estar em situações mais frágeis, como no caso das dezenas de vendedores do mercado de Tomar, para os quais uma simples sexta-feira, o dia mais forte da semana, pode simplificar o prejuízo do mês”, refere.
O autarca informa que agiu, juntamente com a vereadora Rita Freitas, na defesa dos interesses dessas dezenas de pessoas e suas famílias, e que o que fizeram foi apenas garantir, enquanto responsáveis pelas instalações, que as portas fossem abertas e os vendedores pudessem assim trabalhar. O presidente da Câmara Municipal de Tomar refere que nenhum trabalhador foi substituído nem ninguém foi colocado em risco, esclarecendo que dos dois assistentes operacionais e um assistente técnico afectos ao serviço, que fizeram greve, nenhum tem como missão específica abrir ou fechar alguma porta, como também não tem responsabilidades na segurança de “utentes e vendedores”.
Para Hugo Cristóvão, irresponsável seria que, numa adesão à greve de cerca de 12%, a ausência de três pessoas pudesse colocar em causa, mais que o serviço público, principalmente o sustento dos vendedores e das suas famílias. Por fim, o autarca condena publicamente a atitude tida pelos dirigentes sindicais, sublinhando que a Câmara não procurou qualquer protagonismo nesta matéria, mas que foi obrigada a repor a verdade.