Política | 07-10-2024 12:00

Engenheiro agrónomo questiona autarcas de Coruche sobre aplicação de fitofármacos

Engenheiro agrónomo questiona autarcas de Coruche sobre aplicação de fitofármacos
Ricardo Santos durante a sua intervenção na reunião de Câmara de Coruche

Modo de aplicação e armazenamento adequado dos produtos para controlar proliferação de ervas na via pública esteve na mira do engenheiro agrónomo Ricardo Santos, que foi à reunião de câmara de Coruche questionar os autarcas. Município garante cumprir todos os requisitos legais.

O engenheiro agrónomo Ricardo Santos, de Coruche, levantou preocupações sobre o uso de produtos fitofarmacêuticos por parte dos funcionários da Câmara Municipal de Coruche. O engenheiro, de 74 anos, compareceu na última reunião do executivo e disse aos autarcas que tem constatado que os trabalhadores da autarquia, ao aplicarem os produtos, podem não estar a utilizar os equipamentos de protecção individual (EPI) adequados, levantando a suspeita e dúvidas sobre a segurança e o cumprimento das normas legais.
Ligado desde sempre ao mundo rural, Ricardo Santos aproveitou a sessão para questionar se existe no município de Coruche um espaço adequado para o armazenamento seguro dos fitofármacos, devidamente licenciado pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo. Perguntou também se o município dispõe de técnicos credenciados, além do vereador Pedro Ferreira, licenciado em Ciências Agrárias, para manusear e supervisionar essas operações. Além disso, interrogou a autarquia se possui instalações em condições para os funcionários vestirem e armazenarem os seus EPI, conforme exigido por lei, assim como um local apropriado para a recolha de embalagens.
A questão da saúde pública também foi abordada, com o engenheiro a salientar que Coruche é dos concelhos onde existe maior índice de cancro da mama nas mulheres, atribuindo parte deste indicador ao uso de produtos fitofarmacêuticos. “Existe ainda muita santa ignorância sobre esta matéria”, afirma o agrónomo, acrescentando que “as mulheres são as primeiras a pagar” os efeitos do uso destes produtos. Por outro lado, diz-se “satisfeito” por a câmara municipal estar a promover formação sobre o assunto a pelo menos 14 funcionários da autarquia.

Presidente da câmara responde
O presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira (PS), garante que a autarquia cumpre todas as exigências legais no que toca à aplicação e acomodação de fitofármacos. “Todas as entidades, quer sejam públicas ou particulares, são obrigadas a estar licenciadas no âmbito da aplicação de fitofármacos”, refere o autarca, explicando que a câmara contratou serviços técnicos externos para formar os trabalhadores e supervisionar a aplicação dos produtos.
Francisco Oliveira revela que a autarquia tem efectuado alterações nas suas instalações na zona industrial para garantir o armazenamento seguro dos fitofármacos, respeitando as normas de segurança e higiene no trabalho. “Essas medidas foram hoje recepcionadas no âmbito da requalificação desses mesmos edifícios”, acrescentou. O presidente garante ainda que todos os trabalhadores que manuseiam os produtos estão devidamente equipados com EPI e conhecem as regras de aplicação. No entanto, reconheceu que, em zonas urbanas, é impossível utilizar meios mecânicos, como tractores ou destroçadores, para combater as ervas daninhas, o que torna necessária a aplicação de fitofármacos, sempre em conformidade com as condições climatéricas e com o menor impacto possível na saúde pública. O autarca lembra ainda que a câmara renova as licenças anuais para continuar a aplicação de fitofármacos de forma segura e legal.

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