Política | 13-10-2024 10:00

Autarca de Alpiarça tira tapete a Rosa do Céu na compra de imóveis para legado

Autarca de Alpiarça tira tapete a Rosa do Céu na compra de imóveis para legado
Sónia Sanfona, autarca de Alpiarça, assumiu processo de aquisição de habitações em Santarém

A presidente da Câmara de Alpiarça, Sónia Sanfona, decidiu assumir o processo para a aquisição de apartamentos em Santarém para o legado Manuel Nunes Ferreira, após o mal-estar que se instalou nas relações com a família Rosa do Céu, que domina o PS, a Fundação José Relvas e depois da filha do patriarca ter renunciado aos pelouros na autarquia. Joaquim Rosa do Céu tinha tratado do processo para a compra de imóveis em Almeirim para o mesmo legado para aplicação do dinheiro da venda de um prédio em Lisboa.

A presidente da Câmara de Alpiarça retirou a Fundação José Relvas, administrada por Joaquim Rosa do Céu, mandatário da sua candidatura e ex-presidente da autarquia, do processo de aquisição de seis apartamentos em Santarém, para integrarem o legado de Manuel Nunes Ferreira. A decisão de Sónia Sanfona surge após a vice-presidente do município e filha do presidente da fundação, ter renunciado a todos os pelouros e de haver um mal-estar nas relações entre Sanfona e Rosa do Céu. A aquisição destas habitações, com outros cinco fogos em Almeirim, resultam da aplicação da venda de um prédio do legado na Avenida de Berna, em Lisboa, que estava com problemas de manutenção, visando garantir o espírito do testamento do benemérito de entregar as receitas à assistência aos pobres, sendo as verbas entregues à fundação.
Joaquim Rosa do Céu liderou o processo de selecção dos imóveis para reinvestimento dos 2,5 milhões de euros que rendeu o prédio na capital e tratou de toda a documentação da compra dos apartamentos em Almeirim para a câmara, que é quem tem a responsabilidade dos legados, fazer o contrato de promessa de compra e venda. Em relação aos imóveis em Santarém ainda não se tinham reunido todos os documentos, como por exemplo o regulamento de condomínio, e numa comunicação que Rosa do Céu enviou à câmara sobre o processo, Sónia Sanfona respondeu que estava a tratar da situação com o empresário.
A autarca percebeu que o empreiteiro tinha entregado a documentação necessária ao contrato à fundação e mandou o seu chefe de gabinete, Abel Pedro, que foi o homem de confiança de Joaquim Rosa do Céu quando era presidente da autarquia, telefonar para a instituição para todos os documentos na sua posse fossem entregues na câmara. O telefonema ocorreu momentos antes da última reunião do executivo, na quinta-feira, 3 de Outubro, o que levou o presidente da instituição a ir à reunião de câmara questionar a presidente, que lhe explicou basicamente que a câmara está a tratar da situação para fazer o contrato, sem justificar porque é que assumiu o processo.
Enquanto não são feitas as escrituras, o que se prevê demorar ainda alguns meses, a câmara aprovou aplicar o dinheiro, retirado o valor do sinal já entregue ao construtor de Almeirim, num total de 2 milhões 306 mil euros, numa conta bancária de curto prazo na Caixa Geral de Depósitos. O prazo da aplicação é de 80 dias e permite capitalizar o montante gerando ganhos financeiros para o legado.

Presidente da câmara prefere estar fora da Fundação José Relvas de Alpiarça

A presidente da Câmara de Alpiarça, Sónia Sanfona, continua a preferir estar afastada da representação municipal na Fundação José Relvas, mesmo depois da renúncia aos pelouros da vereadora Margarida Rosa do Céu, que tinha essa missão, apesar de ser filha do presidente da instituição, Joaquim Rosa do Céu. Com a passagem de Margarida Rosa do Céu a vereadora sem pelouros e sem qualquer tipo de função na autarquia, a representação junto da fundação fica entregue ao único vereador a tempo inteiro que resta, Jorge Freitas.
A proposta de redistribuição das representações foi apresentada pela presidente, que assumirá um lugar aparentemente mais tranquilo no conselho geral do Agrupamento de Escolas de José Relvas de Alpiarça. Até as relações com Joaquim Rosa do Céu, que foi mandatário da candidatura de Sónia Sanfona nas últimas autárquicas, já foram melhores. Situação que se tem evidenciado com a postura do dirigente e ex-presidente da câmara que recentemente veio criticar o executivo socialista por causa da gestão dos legados, nomeadamente de habitações em Lisboa.
O representante da câmara faz parte do conselho fiscal da fundação, tal como um representante da junta de freguesia, sendo que estes podem também participar nas reuniões do conselho de administração por convite deste e sem direito a voto.

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