Vereador do PSD na Câmara de Abrantes não abandona reunião e passa ao ataque
Vítor Moura tem usado um tom truculento para criticar as opções ou declarações da maioria socialista na Câmara de Abrantes. Mas na última reunião do executivo não bateu com a porta e ficou até ao fim.
Depois de ter abandonado a reunião de câmara de 1 de Outubro, o vereador do PSD na Câmara de Abrantes, Vítor Moura, esgotou o seu tempo de intervenção na reunião do executivo de 15 de Outubro a responder a questões anteriores e a criticar a maioria socialista, não tendo apresentado nenhum assunto ou proposta em concreto.
O vereador começou por responder à questão deixada pelo vereador Luís Dias (PS), na reunião camarária de 1 de Outubro, sobre a posição do PSD relativamente à Feira Nacional de Doçaria Tradicional. O vereador diz também ser um consumidor da doçaria local e visitante da feira, no entanto, defende que não se pode promover a atividade económica do concelho apenas com base na promoção do açúcar. “Por que é que o açúcar conta mas os outros agentes económicos não têm promoção em nenhum certame? Relembro que já aqui sugeri uma Feira Económica de Abrantes. É um projecto mais ambicioso e trabalhoso, sem dúvida, mas também é algo que nos pode diferenciar, um projecto com outro alcance e que promove, igualmente, os agentes económicos de Abrantes”, explicou Vítor Moura.
Após a resposta a Luís Dias, o vereador apontou à vereadora Celeste Simão (PS), que na reunião camarária de 1 de Outubro afirmou que “doía a muita gente o facto de ter sido o Partido Socialista a trazer o ensino superior para a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes”. Vítor Moura não gostou das afirmações e diz que, enquanto cidadão de Abrantes, vai sempre defender o desenvolvimento do concelho, independentemente do partido que o promova. “Acha que a mim é que dói? Que eu preferia ver a minha terra parada no desenvolvimento, do que reconhecer o mérito socialista? É o vosso trabalho, é para isso que são pagos. Não admito que faça esse julgamento de carácter implícito”, disse o vereador.
Vítor Moura guardou os últimos cartuchos para o presidente Manuel Valamatos (PS). Em causa, estaria uma afirmação de Manuel Valamatos, ainda no início do mandato, em que, segundo Vítor Moura, o presidente chamou aldrabão ao vereador da oposição. “Já trouxe este assunto várias vezes a reunião e vou voltar a trazer e desafiar a que me diga quando é que aldrabei alguém. Um aldrabão é um vigarista e se a sua educação não lhe dá competências nem coragem para me pedir desculpa, porque até hoje não o fez, é porque não me reconhece o direito a essa desculpa. Então, se me continua a considerar aldrabão, prove-o. Caso contrário, o aldrabão é o senhor que me chama isso sem provas e está a ofender-me gratuitamente”, atirou Vítor Moura.
Quando o vereador pretendia apresentar os assuntos que trazia para a reunião, foi informado pelo presidente que havia ultrapassado os 10 minutos da sua intervenção e que iria passar a palavra a outros membros do executivo. Uma situação que indignou ainda mais Vítor Moura. “O senhor gasta o tempo que quer e, por vezes, mais de metade do tempo da reunião é para si, mas a mim não me deixa falar. Na próxima reunião vou continuar, garanto. Não perde pela demora”, concluiu dirigindo-se a Manuel Valamatos.