PCP quer Casa Nacional de Camões em Constância
Comunistas apresentaram uma proposta no âmbito do Orçamento de Estado que defende financiamento do Estado que permita abrir ao público a Casa-Memória de Camões em Constância. O PCP propõe também que lhe mudem o nome para Casa Nacional de Camões.
O grupo parlamentar do PCP apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento de Estado para 2025 defendendo que a Casa Memória de Camões, em Constância, passe a designar-se Casa Nacional de Camões. Advoga ainda que o Governo assegure o financiamento das obras necessárias de requalificação do edifício, bem como da contratação de pessoal e meios materiais que permitam a sua abertura diária ao público.
Na proposta, que aguarda votação em sede de comissão, os deputados comunistas Paula Santos, António Filipe, Alfredo Maia e Paulo Raimundo apresentam uma nota justificativa onde consideram que a Casa-Memória de Camões em Constância “é um espaço de profundo significado histórico, patrimonial e cultural, que exalta a figura do maior poeta da língua portuguesa, Luís de Camões”.
E acrescentam, que “embora a ligação directa entre Camões e Constância não esteja documentada de forma definitiva, a tradição popular enraizou a ideia de que o poeta terá encontrado refúgio e inspiração nesta vila. A Casa-Memória perpetua essa lenda, funcionando como um testemunho vivo da permanência simbólica de Camões na história local”.
Daí considerarem imperioso “criar condições para a sua abertura permanente ao público, com funcionários e técnicos qualificados para a classificação, organização e preservação do seu património”, quando se comemoram os 500 anos sobre o nascimento do poeta. O PCP recorda que a Casa-Memória de Camões não só conserva objectos, documentos e referências à obra do poeta, mas também oferece ao visitante uma experiência imersiva na época e no universo literário do poeta, constituindo “um verdadeiro tesouro cultural e patrimonial, que merece ser reconhecido e valorizado pelo seu contributo para a preservação e promoção da obra de Luís de Camões”.
Município também pede apoios
Em Julho último, a Câmara de Constância, liderada por Sérgio Oliveira (PS), pediu apoios do Estado para "abrir em Portugal uma casa digna da memória de Camões", no que foi secundada pela direcção da Associação Casa Memória, no âmbito das comemorações dos 500 anos do nascimento do poeta. “Neste momento temos uma Casa Memória construída e a única coisa que falta é dotá-la de recursos financeiros e humanos para poder funcionar de forma permanente”, disse o presidente da câmara Sérgio Oliveira (PS), notando que "sozinhas, a autarquia e a entidades locais, não conseguem".
A Casa-Memória de Camões em Constância é gerida por uma associação que tem actualmente como presidente o ex-presidente do município, Máximo Ferreira. A Casa-Memória, tal como o Jardim-Horto Camoniano, funciona graças ao apoio financeiro da Câmara de Constância, que nos últimos anos tem tido uma posição dominante na associação, após alteração estatutária. Uma situação que levantou polémica e que o Ministério Público pretende que seja alterada com nova revisão dos estatutos.