Política | 10-12-2024 11:42
Chega vota contra plano anti-corrupção na Câmara de Santarém
FOTO CMS
O Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas do Município de Santarém foi aprovado sem o contributo do Chega, o que motivou acusações de hipocrisia política por parte de PSD e PS. A vereadora do Chega alega que se trata de um mero paliativo sem efeitos práticos.
O executivo da Câmara de Santarém aprovou a implementação de um Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas do Município de Santarém, com a vereadora do Chega a protagonizar o único voto contra. Uma decisão algo surpreendente e que suscitou críticas por parte das bancadas do PSD e do PS - partidos que têm um acordo de governação -, que acusaram Manuela Estêvão de assumir uma posição hipócrita, contraditória e incoerente face ao discurso do Chega, que tem no combate à corrupção uma das suas principais bandeiras políticas.
Aliás, desde o início do mandato que o anterior vereador do Chega, Pedro Frazão, vinha reclamando medidas nesse sentido na Câmara de Santarém, como recordaram eleitos do PSD e do PS. Manuela Estêvão, que é vereadora apenas desde Outubro, disse que não respondia pelo seu antecessor e considerou que o documento anti-corrupção era um “mero paliativo” que nada iria resolver.
Questionada pelo vereador Nuno Russo (PS) sobre quais seriam as suas propostas, e recordada de que o Chega não apresentou qualquer contributo para a elaboração do plano, ao contrário dos outros partidos, Manuela Estêvão disse que não era vereadora quando o processo decorreu e que tinha toda a legitimidade para assumir essa posição. “Isto é da maior hipocrisia e da maior incoerência face ao que o Chega defende”, retorquiu Nuno Russo, frisando que Manuela Estêvão não colocou em causa nem a forma nem o conteúdo do documento em causa.
O documento foi contratado a uma entidade externa, envolveu dezenas de reuniões com trabalhadores e dirigentes da Câmara de Santarém, e apresenta medidas preventivas que visam combater potenciais actos de corrupção e infrações conexas, como referiu a vereadora Beatriz Martins (PSD), que tutela a área. “É nossa intenção aplicar e fazer cumprir este plano e tudo faremos para que, na Câmara de Santarém, não se pratique qualquer acto associado à corrupção”, afirmou a autarca, que é também vice-presidente, na introdução desse ponto.
“O documento hoje apresentado é um mero paliativo sem qualquer efeito prático quanto ao fim a que se destina”, reforçou Manuela Estêvão, acrescentando não acreditar que a corrupção se combata com esses normativos mas sim com fiscalização mais apertada e penas mais severas.
Beatriz Martins respondeu que o documento não surgiu do ar, informando que se trata de um imperativo legal e que gostava de ter visto o Chega dar contributos durante a fase de elaboração do plano, crítica também partilhada pelo presidente João Leite (PSD). “Quando são chamados a participar desaparecem”, criticou o líder do município.
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