Torres Novas aprova orçamento de 59 milhões o maior dos últimos 13 anos
Maioria socialista na Câmara de Torres Novas aprovou para 2025 um orçamento de quase 60 milhões de euros, o maior desde 2013. PSD absteve-se e criticou o aumento consecutivo de despesas com pessoal que sobe para os 17 milhões.
A maioria socialista na Câmara Municipal de Torres Novas apresentou e aprovou, com a abstenção do vereador da coligação PSD/CDS e sem o voto do vereador do Movimento P’la Nossa Terra, que não esteve presente e não se fez substituir, um orçamento municipal (OM) de 59,3 milhões de euros para 2025, que segue agora para deliberação da assembleia municipal.
O valor global do orçamento para 2025, que encerra o mandato em curso - o último de Pedro Ferreira como presidente do município - é o mais alto desde 2013, representando um crescimento de 13 milhões de euros comparativamente com o do ano anterior que foi de 46 milhões de euros. Destaca-se a despesa corrente com 33,1 milhões de euros (56%), a despesa de capital com 26 milhões (38%) e a despesa não efectiva com 1,6 milhões de euros (6%).
Na despesa corrente, destacou o autarca socialista, são de salientar os custos relevantes com a iluminação pública, apesar da substituição de lâmpadas pela tipologia “led”, que se aponta ter cobertura total no concelho até 2027. A gratuitidade dos Transportes Urbanos Torrejanos (TUT), com valor significativo nas GOP, afirmou, também vai continuar a merecer uma especial atenção para o alargamento da rede, em fase de estudo. Pedro Ferreira salientou ainda os três milhões para a Educação, “o apoio contínuo e significativo ao associativismo cultural, social e desportivo” e o aumento, pela terceira vez consecutiva, do montante a transferir para as juntas de freguesia, de 500 mil euros.
O aumento significativo em relação ao exercício anterior da despesa de capital, explicou o presidente do município, inclui uma grande aposta em obras de importância relevante por todo o concelho ao nível de pavimentações, unidades de saúde, complexos desportivos, aposta na Estratégia Local de Habitação e rendas acessíveis, corredores ecológicos, protecção civil, espaços verdes, equipamentos culturais, requalificação do mercado municipal, zonas industriais, obras em IPSS, melhoria nos equipamentos escolares e a continuação do importante investimento na rede informática, extensivo à dinamização do comércio local. Muitos destes investimentos, acrescentou, terão a cobertura total ou parcial de fundos comunitários, nomeadamente dos Portugal 2030 e Plano de Recuperação e Resiliência.
PSD critica aumento da despesa com pessoal
Para o vereador do PSD, Tiago Ferreira, este é o “orçamento mais assustador” que já analisou por conta do “aumento constante das despesas com pessoal” que passam de 15 milhões do ano passado para 17 milhões em 2025. “O quadro [de pessoal] parece estar sistematicamente a ser aumentado, disse, considerando que se trata de uma estrutura demasiado pesada para a sustentabilidade financeira do município. “O valor das despesas com o pessoal passa os 50% da despesa correntes”, vincou. O social-democrata considerou ainda que este é um “orçamento muito empolado” que resulta do facto de haver muitas obras financiadas pelo PRR, o que terá um “impacto assustador naquilo que são as contas para o futuro”.