Irregularidades e acusações agitam eleições internas no PSD de Alenquer
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As eleições internas do PSD de Alenquer deram vitória à lista liderada por Cristina Inácio, mas a lista encabeçada por Francisco Bento impugnou os resultados. Alegadas irregularidades no processo eleitoral estão na base da contestação.
As eleições para eleger a nova comissão política do PSD de Alenquer não foram pacíficas. Os militantes votaram no sábado, 7 de Dezembro, e deram vitória à lista B, encabeçada por Cristina Inácio, com 65% dos votos (31). No entanto, a lista A (17 votos), encabeçada por Francisco Bento, impugnou os resultados e avançou com uma queixa para o conselho de jurisdição do partido, alegando irregularidades no processo. A O MIRANTE, Francisco Bento diz que não se trata de vencer na secretaria mas de cumprir com as regras do PSD. Segundo explica, a lista B tinha um elemento em situação irregular que foi aceite pelo presidente da mesa da assembleia.
Também Sandra Lino, da lista A, impugnou as eleições tendo por base irregularidades processuais e estatutárias “detectadas e comprovadas”, nomeadamente a morada divergente registada oficialmente no site do PSD e que não corresponde ao número de polícia real. Além disso, diz que o candidato Rodrigo Guerra de Carvalho foi incluído na Lista B sem constar no caderno eleitoral, nem na listagem pré-eleitoral de Alenquer onde constam os militantes activos e suspensos por falta de pagamento. Para Sandra Lino, está ainda em causa a legitimidade da composição da mesa eleitoral, que funcionou com apenas dois elementos quando deveriam ser três. “O presidente da mesa da assembleia em exercício, Eurico Borlido, é simultaneamente presidente do conselho de jurisdição da distrital de Lisboa, o que é incompatível com o estipulado pela lei dos partidos políticos”, configurando violação legal e motivo suficiente para anulação do acto eleitoral, defendeu.
“Chegam a Alenquer e acham que é um concelho de pacóvios”
Cristina Inácio disse a O MIRANTE ser uma falta de democracia por parte da lista A não aceitar o voto expressivo na lista B, eleita democraticamente, e critica o facto de a lista adversária ter pedido uma delegada exterior, de Lisboa, para acompanhar as eleições, o que para a própria é impensável. “Votou-se em massa e não sei o que se pretende com isto. O senhor Francisco Bento não está a pensar no PSD nem em Alenquer”, disse.
Sobre a inclusão de Rodrigo Guerra de Carvalho na lista, justificou com a transição do jovem que vem da JSD e que fez 18 anos a semana passada, daí não constar no caderno eleitoral, mas é militante social-democrata e tem quotas pagas. Cristina Inácio não vai assumir o cargo de presidente da concelhia de Alenquer até pronúncia da distrital do PSD. Até ao fecho desta edição estava agendada uma reunião com a distrital que deverá ser fulcral para decidir o futuro do partido em Alenquer e se vai ou não novamente a eleições internas.
À porta estão as eleições autárquicas e o PSD ainda não tem candidato oficial. O actual vereador do PSD na Câmara de Alenquer, Nuno Miguel Henriques, já disse estar disponível para voltar a recandidatar-se. O autarca é apoiado pela lista de Francisco Bento. Cristina Inácio não avança com preferências de candidatos até saber se toma posse ou não, e lamenta que após a queda da concelhia não consiga fazer oposição e trabalhar.
“Não é possível trabalhar com pessoas desconfiadas e que chegam a Alenquer e acham que é um concelho de pacóvios e saloios e que o senhor doutor que chegou de Lisboa é que sabe o que quer de Alenquer. Após um ano de queixas da parte desses senhores, não podemos encarar a chegada como quem vem por bem. E já tivemos pessoas de fora”, rematou Cristina Inácio.