Política | 28-12-2024 12:00

Autarcas do Médio Tejo rejeitam por unanimidade construção de novo açude no rio Tejo

Autarcas do Médio Tejo rejeitam por unanimidade construção de novo açude no rio Tejo
Presidente da Câmara de Constância diz que novo açude no rio Tejo iria ter várias consequências

Autarcas do Médio Tejo afirmam opor-se à localização de um açude no rio Tejo na zona da Barquinha e Constância. CIM diz que vai solicitar esclarecimento da construção do açude proposto, em detrimento das propostas anteriormente sinalizadas pela APA.

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo deliberou, por unanimidade, opor-se de forma “veemente” à localização indicada para a construção de um novo açude no rio Tejo, previsto para a zona entre Barquinha e Constância. “Do ponto de vista da localização, este açude fere gravemente a vila de Constância e a de Vila Nova da Barquinha, não concordamos com esta localização e, das informações que temos ao momento, fere verdadeiramente as infraestruturas ali criadas, os investimentos efectuados, fere as dinâmicas das populações, das pessoas e dos seus bens, e nós não concordamos absolutamente nada, para já, com este açude”, disse à Lusa o presidente da CIM Médio Tejo.
Manuel Jorge Valamatos indicou, no entanto, que os municípios do Médio Tejo estão sempre disponíveis para, na região, encontrar as melhores soluções para defender o desenvolvimento colectivo, tendo apontado a barragem do Alvito como solução para a gestão hídrica. “Falamos do Alvito como uma peça estratégica para um Tejo vivo e dinâmico e onde queremos que as questões ambientais e da sustentabilidade hídrica sejam consistentes e onde as pessoas e as nossas comunidades sejam defendidas a todo o tempo”, vincou.
O período de discussão pública para a construção do açude no rio Tejo, na zona definida como “Constância Norte”, abriu em 2 de Dezembro no portal público Participa (participa.pt) e decorre até 15 de Janeiro, tendo merecido posições públicas negativas por parte de autarcas e do movimento pelo Tejo - proTEJO. Os presidentes das Câmaras de Vila Nova da Barquinha e de Constância afirmam-se “contra a construção de um novo açude” no rio Tejo, junto àqueles municípios, tendo alertado para os prejuízos que causaria em temos económicos, turísticos e ambientais.
Questionado sobre o estudo para criação de um açude no Tejo, o presidente da Câmara de Constância disse que “os benefícios que poderá trazer para a agricultura não compensam decerto os prejuízos que dela poderão advir”. Sérgio Oliveira referiu que a concretização da infraestrutura irá prejudicar o concelho “sob o ponto de vista ambiental, turístico, económico e patrimonial, pelo que a câmara e a assembleia municipal deliberaram “opor-se de forma veemente à localização indicada”, tendo o autarca assegurado “recorrer a todos os mecanismos para que o mesmo não se concretize”. O movimento ambientalista proTEJO também já se pronunciou sobre o estudo, apelando à participação dos cidadãos na consulta pública e alertando para as suas consequências em termos ecológicos.
A CIM indica ainda que a posição dos autarcas será enviada para o Ministério do Ambiente, para o Ministério da Cultura, para o Ministério da Economia, para a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, para a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para a CCDR- LVT, e para o Instituto do Património Cultural.

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