Pedro Ribeiro é candidato à Câmara de Santarém mas vai levar até ao fim o mandato na Câmara de Almeirim
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O ainda presidente da Câmara de Almeirim foi indicado, por unanimidade e aclamação, pelo Partido Socialista de Santarém para tentar reconquistar o município escalabitano. Pedro Ribeiro já revelou que vai manter-se na liderança da Câmara de Almeirim até às eleições autárquicas. Concretizou-se o que já era quase uma certeza mas ninguém queria assumir. E a campanha já começou.
Pedro Ribeiro, actual presidente da Câmara de Almeirim, foi confirmado, por unanimidade e aclamação, na noite de sexta-feira, 10 de Janeiro, como cabeça-de-lista do Partido Socialista à Câmara Municipal de Santarém nas eleições autárquicas do próximo Outono. A comissão política concelhia do PS aprovou também, igualmente por unanimidade e aclamação, os nomes de Joaquim Neto como cabeça-de-lista à Assembleia Municipal de Santarém e de Diamantino Duarte à União de Freguesias da Cidade de Santarém, repetindo as candidaturas de há quatro anos.
Pedro Ribeiro, que já não pode recandidatar-se à presidência da Câmara de Almeirim devido à lei de limitação de mandatos, quer agora prosseguir a carreira autárquica na outra margem do rio Tejo, desafiado pelo seu partido de sempre, onde alinha desde os tempos da Juventude Socialista. Mas já avisou que vai manter-se como autarca em Almeirim. “Sou candidato à Câmara de Santarém e farei o meu mandato até ao fim em Almeirim. Onde tenho ainda vários e variados projectos para concretizar. Continuarei focado em fazer o melhor que sei. Tenho consciência que isto vai implicar ainda menos tempo livre, não ter férias, fins-de-semana, etc... terei de trabalhar ainda mais”, publicou nas redes sociais.
Pedro Ribeiro pode não ser do agrado de todos, o que aliás sucederia com qualquer outro nome, tantas são as facções e opiniões no PS escalabitano, mas a verdade é que mais ninguém se chegou à frente como hipotética alternativa. Nem se ouviram publicamente vozes dissonantes. Há muito que o nome de Pedro Ribeiro era falado e parecia não haver Plano B por parte do PS de Santarém a não ser, em último caso, uma eventual candidatura do presidente da concelhia socialista e líder da União de Freguesias da Cidade de Santarém, Diamantino Duarte.
Nas redes sociais, Pedro Ribeiro já falou do convite que recebeu do PS para ser candidato à Câmara de Santarém. “Inicialmente foi algo que não esperava e que me deixou surpreendido. Nunca tinha pensado em ser autarca noutro concelho. Mas reflecti. E tentei perceber se mais do que tudo, podia ser útil ao concelho de Santarém e à região. E à região, porquê? Porque uma Capital de Distrito tem de ser um pólo de desenvolvimento para uma região. Quando uma cidade capital é farol todos os outros à sua volta ganham com isso. Porque há serviços, investimentos, atracções, … que apenas acontecem nestas cidades. Se não acontecerem todos perdemos. Se acontecerem ganhamos todos”, publicou.
É a primeira vez, desde que há poder local democrático, que o PS aposta num nome de fora do concelho para liderar uma lista à Câmara de Santarém. Desde que perdeu o município da capital de distrito para o PSD, em 2005, que os socialistas de Santarém têm apostado em militantes da casa, a maior parte ligada ao último mandato em que o PS foi poder, casos de Rui Barreiro, Idália Serrão e Manuel Afonso, todos eles derrotados pelo PSD de Ricardo Gonçalves.
A campanha já começou
Na manhã seguinte a ter sido escolhido oficialmente pelo PS de Santarém para cabeça-de-lista à câmara, Pedro Ribeiro já estava na cidade a visitar o campo de rugby da antiga EPC e a tecer considerações sobre o assunto. “Um espaço da EPC com enorme potencial onde é preciso investir para dar outras condições a quem ali treina, joga e assiste a estes eventos”, escreveu o autarca de Almeirim, que recebeu comentários elogiosos, mas também alguns críticos, recordando-lhe que a câmara tem novo investimento para breve nesse espaço desportivo.
No domingo, 12 de Janeiro, Pedro Ribeiro voltou à carga no seu espaço de eleição para comunicar – as redes sociais -, agora para falar sobre o antigo e abandonado Teatro Rosa Damasceno, propriedade que pertence à massa insolvente da empresa Enfis Turismo. “O saudosismo não resolve nada, mas ajuda a encontrar a motivação para reabilitar este espaço central da Cidade. Um espaço que precisa de ser devolvido à cidade e à cultura para voltarmos a criar boas memórias”, escreveu.
E a resposta não se fez esperar, com o presidente da Câmara de Santarém, João Leite (PSD), outro utilizador frequente das redes sociais, a recordar que em Novembro de 2024, quando estava há dois meses como líder do município, já tinha anunciado os seus planos para o emblemático e degradado imóvel. “Vamos integrar o imóvel do antigo banco de Portugal (propriedade da câmara) no projecto a desenvolver no Teatro Rosa Damasceno e fazer deste espaço a futura Casa das Artes e Cultura de Santarém. Um espaço com galerias de arte, salas de exposição, salas para conferências, entre outras respostas culturais. Temos verbas do Portugal 2030 para executar esta obra”, informou, acrescentando que estão em negociações com a massa insolvente. “Caso não se encontre um acordo avançaremos para expropriação por motivos de interesse público”, adiantou. A concluir, deixou ainda uma alfinetada ao PS: “vamos corrigir os erros do passado, inverter o erro do Partido Socialista que quando era responsável pela gestão do Município deixou este imóvel ir para as mãos dos privados. Os mesmos que agora criticam o estado de abandono do imóvel”.