São necessários mais 700 mil euros para remover resíduos perigosos da Fabrióleo
O presidente da Câmara de Torres Novas diz que é urgente continuar os trabalhos de remoção do passivo ambiental deixado pela Fabrióleo em Carreiro da Areia. E vai pedir reunião de urgência à Agência Portuguesa do Ambiente em busca de mais financiamento.
O presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira (PS), pediu uma reunião urgente ao presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), José Pimenta Machado, no sentido de o sensibilizar para a necessidade de reforçar o financiamento e permitir a continuidade da remoção dos resíduos perigosos existentes na Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETARI) da antiga fábrica Fabrióleo.
A O MIRANTE, o autarca socialista adiantou que a reunião, ainda sem data marcada, tem como objectivo discutir valores para a retoma da acção que, acrescentou, deverão rondar os 700 mil euros. “É muito dinheiro que ainda é preciso e é urgente continuar”, afirmou, sublinhando que a Câmara de Torres Novas tomou conta dos trabalhos de remoção do passivo ambiental deixado pela antiga fábrica de óleos usados, a pedido da APA.
“Fomos barriga de aluguer e não nos importamos de continuar a ser, a bem do concelho”, disse, vincando que para resolver o problema de vez é preciso mais dinheiro. Pedro Ferreira avançou ainda que os proprietários do terreno onde funcionou a Fabrióleo - que curiosamente são os ex-donos da fábrica situada em Carreiro da Areia -, já lhe transmitiram que “não põem obstáculos a que se fizesse essa operação” de remoção e desmantelamento da ETARI.
A operação de remoção, recolha, transporte e tratamento de resíduos perigosos da Fabrióleo está parada desde Novembro do ano passado, depois de ter sido esgotada a verba de 745 mil euros disponibilizada pela APA, através do Fundo Ambiental, sem que os trabalhos tenham ficado concluídos. Em causa estiveram as medições feitas pela APA para apurar a quantidade de passivo ambiental a remover que, afinal, se revelaram erradas, com a quantidade de resíduos a ser superior ao calculado.
Nos primeiros dias do ano, tal como O MIRANTE noticiou, o leito da Ribeira da Boa Água, junto à antiga Fabrióleo, voltou a apresentar sinais de poluição, nomeadamente lamas acinzentadas, provenientes de escorrências das lagoas da antiga fábrica de óleos usados. A denúncia foi feita pelo movimento Basta, que captou imagens a comprovar os focos de poluição, após uma visita de alguns dos seus elementos à ETARI da Fabrióleo.