Nuno Mira deixa pelo meio Cláudia Moreira e é candidato à câmara municipal da Chamusca
A actual vice-presidente do município, Cláudia Moreira, foi a grande derrotada da votação interna que o PS da Chamusca promoveu para eleger o próximo candidato do partido à presidência da autarquia. Na votação também estava o ex-autarca Fernando Pratas, que não teve qualquer voto.
Nuno Mira ganhou a votação para ser o cabeça de lista à Câmara Municipal da Chamusca. A votação ditou 15 votos para o ex-líder da bancada do PS na assembleia municipal, e apenas sete votos para a actual vice-presidente da autarquia, Cláudia Moreira, que foi a grande derrotada da noite. Fernando Pratas, ex-vereador e ex-deputado na Assembleia da República, também foi a sufrágio, mas não obteve qualquer voto.
A intenção de Cláudia Moreira de querer ser a candidata do partido à presidência da câmara só foi oficializada cerca de uma semana antes da votação, que decorreu na sexta-feira, 17 de Janeiro. Embora fosse a sucessora natural da liderança do actual presidente do município, Paulo Queimado, os socialistas que estão no poder há quase 12 anos não conseguiram reunir a preferência dos militantes e perderam com estrondo a possibilidade de continuarem a liderar a autarquia.
Pelo contrário, Nuno Mira, que foi eleito recentemente presidente da concelhia do PS por unanimidade, disse estar disponível há várias semanas para ser o candidato do partido às próximas eleições autárquicas e desde essa altura que se percebeu que a disputa pelo lugar ia ser renhida. Foi no jantar/convívio socialista onde anunciou a sua vontade, que o ex-líder de bancada do PS na Assembleia Municipal da Chamusca e ex-adjunto do gabinete de apoio ao presidente Paulo Queimado, lamentou alguns ataques pessoais e ofensas que lhe têm sido dirigidos desde que foi eleito, nomeadamente por algumas figuras de proa do partido. Não mencionou nomes, mas ficou no ar a possibilidade de se estar a referir a elementos do executivo municipal que, segundo sabe O MIRANTE, não esperavam que Nuno Mira se candidatasse a líder da concelhia que, recorde-se, era presidida precisamente por Cláudia Moreira.
Outro dos grandes derrotados da noite, embora fosse previsível, foi Fernando Pratas, tendo em conta que tem estado ausente das reuniões do partido e também do dia-a-dia do concelho. O ex-vereador da Câmara da Chamusca e ex-presidente adjunto da Federação Distrital do PS, que também foi deputado à Assembleia da República, não reuniu qualquer voto. Recorde-se que Fernando Pratas tentou acabar com o domínio na concelhia dos socialistas que estão no poder em 2020, mas não conseguiu arranjar militantes suficientes, sobretudo mulheres para cumprir as regras da paridade, porque Cláudia Moreira, actual vice-presidente, já tinha o trabalho avançado. Na altura, e em declarações a O MIRANTE, referiu que a vontade de constituir uma lista alternativa surgiu da “indignação” com que ficou perante tanta “maquiavelice” dentro do partido.
Um concelho melhor
Aos 33 anos, formado em Gestão, Nuno Mira trabalha actualmente na Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo. Depois da sua eleição, partilhou uma mensagem nas redes sociais onde afirma ter-se disponibilizado para ser candidato à Câmara Municipal da Chamusca porque “entendo que reúno a experiência e o conhecimento das entidades necessário para realizar um bom trabalho em prol do nosso concelho e das nossas gentes. Estou aqui para servir o concelho da Chamusca com humildade, proximidade, competência e respeito por todos. Contem comigo para trabalhar por um concelho melhor, espero poder contar convosco”, lê-se na publicação.