Vereador no Sardoal pede mais moderação a Miguel Borges; presidente diz que está mais aguerrido
O vereador Pedro Duque criticou na sessão camarária a postura “prepotente” do presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges, para com os eleitos do PS. Presidente da câmara reconhece que tem tido uma postura mais assertiva e que esse é um direito seu.
O vereador Pedro Duque (PS) criticou em sessão camarária a forma com que Miguel Borges (PSD) tem falado com a oposição, acusando-o de se dirigir sempre “com uma certa arrogância e prepotência” para com os eleitos, nomeadamente na assembleia municipal. O vereador pediu mais “moderação” a Miguel Borges e que pare de “se galvanizar” quando se dirige ou critica as intervenções dos eleitos do PS.
Entre as críticas à postura “completamente desproporcionada” e “exaltação” do presidente da câmara em debates políticos, Pedro Duque lamentou a forma como o debate do dossier do Plano Director Municipal (PDM) foi dirigido. O vereador acusou Miguel Borges de ter declarado algo que “não é verdade”, acrescentando que “é nestes momentos” que não se sente representado pelo presidente de câmara, devido à forma como são abordadas certas questões e à “veemência” com que são declaradas.
Pedro Duque afirmou também que “por vezes o conteúdo não é rigoroso”, levantando a questão de o Sardoal ter sido um dos municípios que “não contribuiu com os dados correctos” relativamente ao volume de negócios da Tejo Ambiente e que o executivo tem que assumir que também teve a sua “parte da culpa” e não pode “sacudir a água do capote”. “Os dados que foram comunicados inicialmente à Tejo Ambiente não estavam correctos, porque estavam inflacionados com aqueles que haviam sido comunicados ao contrato com as Águas do Centro. Então a viabilidade do negócio foi afectada e, como parte deste executivo, nós também temos culpa no cartório”, afirma Pedro Duque.
O vereador do PS desmistificou ainda a declaração do presidente da câmara de que o PS “não gosta de Andreus”, por não ter aprovado o projecto do Parque Empresarial e espaço de co-working que vai ser implementado na aldeia. “Nunca poderíamos dizer nem pensar isso e a razão por que votámos contra aquele espaço é que nós o tínhamos como um espaço que fosse utilizado para urbanização, até porque existia uma falta de cobertura de rede móvel para que este espaço pudesse ser um espaço de co-working”, disse.
Na resposta, Miguel Borges afirma que “nunca” faltou ao respeito a ninguém, mas que tem sim uma forma “mais aguerrida” de discutir questões em debate político, e que é “um direito” que lhe assiste. O edil refuta também as restantes acusações feitas, elogiando o trabalho do executivo ao longo dos últimos três mandatos e apontando o dedo à falta de preparação da oposição, falando inclusive da sua falta de honestidade política. “Passado este tempo, podemos afirmar, com toda a propriedade, que o nosso concelho está diferente, muito diferente, muito melhor”, disse.