Política | 18-03-2025 12:00

Autarcas do Médio Tejo defendem barragem do Alvito e reiteram rejeição de novo açude no Tejo

Autarcas do Médio Tejo defendem barragem do Alvito e reiteram rejeição de novo açude no Tejo
FOTO DR

Autarcas de Constância e Barquinha apontaram a uma cota de 20 metros que iria inundar a praia fluvial de Constância, assim como parte do trilho panorâmico do Tejo, e condicionar o próprio acesso ao castelo de Almourol, caso seja construído novo açude no Tejo. Presidente da CIM Médio Tejo defende a barragem do Alvito, no rio Ocreza, como solução para armazenamento de água.

Os autarcas do Médio Tejo reiteram a sua posição contra a construção de um novo açude no Tejo, alertando para os prejuízos que causaria em termos económicos, turísticos e ambientais, tendo defendido a barragem do Alvito como solução. “O que esteve sempre em cima da mesa, e que são expectativas dos autarcas desta região toda, desde a Lezíria até à Beira Baixa, era a construção da barragem do Alvito, para que, de forma autónoma e não ficando dependente de Espanha, se constituiria como uma barragem com capacidade de armazenamento para quando há muita água e depois largar quando o rio Tejo tem necessidade”, disse hoje à Lusa, em Constância, o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo.
Manuel Valamatos (PS), que também preside à Câmara de Abrantes, esteve numa sessão de esclarecimento organizada por autarcas, ambientalistas e empresários, que encheu o salão nobre do município de Constância, tendo lembrado que o que estava em causa com a ideia de construção de um novo açude no Tejo, na zona entre Constância e Barquinha, era um projecto incluído na estratégia “Água que une”, recentemente apresentada pelo Governo, tendo criticado a ausência de esclarecimentos aos municípios e respectivas comunidades. “Os autarcas são a voz dos cidadãos e se tivéssemos sido consultados teríamos ouvido os nossos cidadãos, as nossas instituições, as dinâmicas dos nossos concelhos e tínhamos manifestado o nosso entendimento. Isso não foi feito, apareceu um estudo para nos pronunciarmos à última da hora e, como é evidente, fugindo daquilo que eram as nossas grandes expectativas, que era a barragem do Alvito”, declarou.
A estratégia “Água que Une”, que inclui um total de 294 medidas, prevê o estudo e construção de novas barragens e de novos “empreendimentos de fins múltiplos”, entre eles o projecto de valorização agrícola dos recursos hídricos do Vale do Tejo e Oeste, que implica a constituição do Empreendimento de Fins Múltiplos do Médio Tejo, com um investimento previsto de 1.350 milhões de euros e a construção de um açude em ‘Constância Norte’, o que surpreendeu os autarcas locais.
“A barragem do Alvito, no rio Ocreza, foi apresentada pelo Ministério do Ambiente como uma excelente solução para os períodos em que havia escassez de água no Ribatejo, que teria uma linguagem multifuncional, mas onde o grande objectivo era colocar no Ribatejo a água bastante para colmatar ou mitigar a ausência de água que vem de Espanha, e é essa barragem que faz sentido”, vincou.

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