PSD não tem representação em seis concelhos do distrito de Santarém

Estruturas concelhias do PSD estão inactivas em Alcanena, Alpiarça, Chamusca, Constância, Salvaterra de Magos e Vila Nova da Barquinha. Líder distrital dos social-democratas reconhece que é difícil encontrar gente disponível para o trabalho partidário.
O PSD não tem estruturas activas em seis concelhos do distrito de Santarém, sendo que num deles, Alcanena, até governa a câmara municipal. Alpiarça, Chamusca, Constância, Salvaterra de Magos e Vila Nova da Barquinha são os outros territórios onde os social-democratas não têm secções a funcionar devido à dificuldade em encontrar quem queira trabalhar em prol do partido e da sua implantação local.
“Apesar de ter as quotas em dia de militante nunca fui convocado para qualquer reunião, o que lamento. O PSD é criticado nas redes sociais por aparecer em Constância só de quatro em quatro anos. Mas de quem é a culpa?”, desabafa a O MIRANTE um militante de Constância, que também já colocou essa questão à direcção distrital do partido.
O presidente da comissão política distrital do PSD de Santarém, o deputado Ricardo Oliveira, reconhece que não conseguem “inventar pessoas” que queiram dar parte do seu tempo para a actividade político-partidária. Mas garante que, apesar de não haver estruturas em seis concelhos, o partido vai apresentar listas em todos nas próximas eleições autárquicas. A excepção que confirma a regra será na Golegã, onde os social-democratas vão apoiar novamente o projecto independente, liderado por António Camilo, que governa esse município.
Questionado por O MIRANTE sobre se a distrital do PSD terá descurado alguns concelhos nos últimos anos, quando era liderada por João Moura, Ricardo Oliveira, presidente distrital há apenas seis meses, diz que o problema não reside aí, referindo ser conhecedor do esforço que tem sido feito para encontrar pessoas disponíveis. “Se as pessoas não quiserem trabalhar é difícil encontrar soluções. Isto é tudo muito bonito mas dá trabalho e muita gente não está para se chatear”, desabafa o antigo presidente da Junta de Freguesia de Santo Estêvão e ex-vereador na Câmara de Benavente.
Ricardo Oliveira adianta que, no âmbito do processo autárquico que está em curso, vão tentar que, para além de arranjar nomes para as listas, se trabalhe no sentido de encontrar pessoas que queiram alinhar na criação de um projecto político do PSD nos concelhos onde tem sido mais difícil a sua implantação e consolidação, com a reactivação das respectivas secções.
Um dos exemplos é Alcanena, concelho onde o PSD está na liderança do município. Aí o problema não passa tanto pela falta de pessoas afectas ao partido mas sim por os militantes não se organizarem para reactivar a estrutura concelhia. Nos casos de concelhos onde não há órgãos eleitos, é a distrital do PSD que gere os processos de composição de listas para as autárquicas, porque apesar de não existir estrutura concelhia activa continua a haver gente para dar a cara pelo partido, sublinha Ricardo Oliveira.