Cláudia Moreira prepara candidatura independente na Chamusca depois de entregar o cartão do PS

Presidente e vice-presidente da Câmara da Chamusca enviaram um email para a Comissão Nacional do PS a desvincularem-se do partido. Situação acontece quase dois meses depois de Cláudia Moreira ter perdido as eleições internas no partido que a afastaram de uma candidatura já assumida pelo novo líder, Nuno Mira.
Menos de dois meses depois de Cláudia Moreira ter perdido o apoio dos seus camaradas do Partido Socialista na corrida interna à liderança da Câmara Municipal da Chamusca, a actual vice-presidente do município juntou-se ao presidente, companheiro e camarada Paulo Queimado, e entregaram o cartão de militantes do partido. Segundo O MIRANTE apurou, junto de fonte do PS, Paulo Queimado e Cláudia Moreira enviaram um email para a Comissão Nacional do Partido Socialista, com conhecimento para a Comissão Distrital de Santarém e para a Comissão Concelhia da Chamusca, a desvincularem-se. O MIRANTE contactou Hugo Costa e Nuno Mira, presidentes da distrital e da concelhia, respectivamente, que confirmaram ter conhecimento da decisão dos dois autarcas. Confrontados com a situação afirmaram não ter quaisquer comentários a fazer.
A ruptura dos dois autarcas da Chamusca surge numa altura em que se fala de uma candidatura independente de Cláudia Moreira à Câmara da Chamusca. A actual vice-presidente perdeu por mais do dobro a votação interna, que decorreu em Janeiro deste ano e que o PS da Chamusca promoveu para eleger o próximo candidato do partido à presidência da autarquia. A votação ditou 15 votos para Nuno Mira e apenas sete votos para a actual vice-presidente, que foi a grande derrotada. Fernando Pratas, o terceiro candidato, não teve qualquer voto. Recorde-se que Cláudia Moreira era a presidente da concelhia até às eleições de Janeiro e, por isso, a derrota ganha ainda mais significado, uma vez que parece ter perdido a confiança dos seus camaradas de partido, sendo que muitos deles são funcionários do município e alguns reportam directamente o seu trabalho a Cláudia Moreira.
A desvinculação de Paulo Queimado e de Cláudia Moreira do PS, depois do partido lhes ter dado a mão ao longo dos últimos 12 anos em que estiveram a liderar a Câmara da Chamusca, indica, aparentemente, que caso a candidatura da vice avance, a aposta é numa política de continuidade; ao contrário daquilo que o partido pretende, que é uma mudança, como ficou explícito nas declarações de Nuno Mira a O MIRANTE depois de vencer as eleições. “Nesta altura é importante o partido estar unido de forma a devolver ao PS da Chamusca o dinamismo, a envolvência e a participação que os militantes merecem”, disse na altura Nuno Mira ao nosso jornal. Ainda segundo O MIRANTE apurou, Cláudia Moreira já andará a recolher assinaturas para a sua candidatura independente, que deverá apresentar depois das festas da semana da Ascensão, ponto alto da animação na terra.
À margem/opinião
A dupla imparável Paulo Queimado x Cláudia Moreira
Cláudia Moreira deveria trabalhar num ofício que lhe permitisse ir levar a merenda diariamente ao pobre Paulo Queimado a cumprir “pena de prisão” por faltar aos compromissos políticos a que estava obrigado.
A anunciada, embora não totalmente certa, candidatura independente de Cláudia Moreira à Câmara da Chamusca só surpreende quem não conhece os políticos que vão para a política para se servirem e não para trabalharem em nome do bem comum. Cláudia Moreira até pode ganhar as eleições se se candidatar, mas o que é que ela pode fazer na presidência que não fez enquanto vice que vivia paredes meias com o seu presidente Paulo Queimado? Quem é que não sabe que era ela que mandava e manda quando o caldo se entorna? Enfim, fiquemos por aqui. Paulo Queimado devia estar sentado no banco dos réus por tudo o que fez de mal ao concelho e às suas gentes durante os últimos 12 anos. E Cláudia Moreira deveria ir trabalhar num ofício que lhe permitisse ir levar a merenda diariamente ao pobre Paulo Queimado a cumprir “pena de prisão” por faltar aos compromissos políticos a que estava obrigado.
Esquecendo o caso da compra da casa ao vereador, da compra dos telemóveis, do BMW para todo o serviço, das obras da piscina municipal, das obras de regeneração urbana da Chamusca, que foram uma oportunidade perdida, ficam por contar os conflitos graves com trabalhadores do município, a perda de população, o absentismo no exercício do poder e o aumento exponencial das casas em ruína.
A Chamusca, que era conhecida como a terra branca, não passa de um aglomerado de casas, muitas delas em ruínas, com os políticos completamente alheados da realidade tapando os olhos e os ouvidos na esperança de que venha uma cheia do Tejo que leve tudo para o leito do rio e torne insignificante o mal que esta dupla imparável tem feito à Chamusca e ao seu concelho.