Política | 02-05-2025 18:00

Autarcas criticam mau estado de estradas nacionais em Abrantes

Autarcas criticam mau estado de estradas nacionais em Abrantes
Manuel Valamatos rejeita assumir já a gestão das estradas nacionais no concelho sem garantias financeiras do Estado central

Durante a última Assembleia Municipal de Abrantes, vários eleitos do PSD e CDU exigiram a desclassificação do troço da EN2 que passa pelo concelho e a intervenção urgente na EN118. O presidente da câmara admite avançar com obras nas estradas nacionais em meio urbano desde que haja financiamento do Estado.

A necessidade de requalificar os troços da Estrada Nacional (EN) 2 e da EN118 no concelho de Abrantes dominou o período antes da ordem do dia na última sessão da Assembleia Municipal de Abrantes, com críticas de várias bancadas sobre o atraso das obras. O presidente da câmara, Manuel Valamatos (PS), admite que o processo de requalificação está a ser difícil, principalmente por falta de financiamento e de acordos concretos com o Estado, mas assegura que o tema continua na agenda do município.
A eleita Cristina Andrade (PSD) iniciou as críticas, pedindo a desclassificação urgente do troço da EN2 no concelho e alertando para o seu estado de degradação. A autarca lembrou ainda que a requalificação foi uma promessa eleitoral do PS e defendeu que, sob gestão municipal, seria possível avançar com repavimentações, melhorias na sinalização e revalorização urbana, principalmente no Largo Estação de Abrantes, Rossio e estação de Alferrarede.
O presidente da Junta de Freguesia do Tramagal, António José Carvalho, reforçou o apelo da deputada, pedindo também a desclassificação da EN118 que passa na vila do Tramagal, destacando que a junta já realiza manutenções da via, apesar de ser competência da empresa pública Infraestruturas de Portugal. Ana Paula Cruz (CDU) criticou também os problemas de segurança e degradação da EN118, sobretudo na freguesia de Alvega, onde têm sido frequentes acidentes e até danos em habitações. A deputada questionou ainda o executivo sobre o estado da ponte rodoferroviária entre Concavada, Alvega e Mouriscas, cuja manutenção é parcialmente da responsabilidade da câmara segundo um protocolo com a EDP.

Obras só com garantias de financiamento
Na resposta, o presidente da câmara, Manuel Valamatos (PS), reconheceu a gravidade dos problemas e afirmou que de facto foi recentemente publicada uma lei que permite aos municípios assumirem essas vias em meio urbano, mas alertou para os “milhões de euros” que as intervenções exigem. Segundo o autarca, só a requalificação do troço da EN2 entre o Olho de Boi e a rotunda das Oliveiras custa cerca de 8 milhões de euros, o que para um orçamento municipal de 60 milhões representa um peso significativo. “Estamos a construir estruturas financeiras capazes de responder a esta grande intervenção na Estrada Nacional 2, mas não queremos aproveitar este decreto-lei para agarrar a Estrada Nacional 2, quando podemos ter milhões de euros de prejuízo para os nossos orçamentos”, destaca.
Manuel Valamatos adiantou ainda que pretende assegurar o financiamento da empreitada através de fundos comunitários e apoio do Estado e rejeitou assumir já a gestão das estradas sem garantias financeiras, para não colocar em risco as finanças municipais. Relativamente à ponte rodoferroviária entre Mouriscas e Alvega, Manuel Valamatos referiu que a câmara é responsável “apenas pelo tabuleiro” e tem vindo a intervir sempre que necessário, embora ainda procure redefinir responsabilidades com a EDP e as Infraestruturas de Portugal.
Em resposta aos esclarecimentos do presidente, João Fernandes (PSD) insistiu que o problema não é apenas o custo, mas a falta de transparência do município, dado que Abrantes é uma câmara saudável em termos financeiros e que, como tal, pode fazer investimentos de grande dimensão. E defendeu que devem ser apresentadas estimativas concretas de custos para que se possa avaliar se vale ou não a pena assumir a gestão das estradas.

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