Política | 02-05-2025 18:00

Benavente celebrou Abril com apelo à vigilância e olhos postos no futuro

Benavente celebrou Abril com apelo à vigilância e olhos postos no futuro
Autarcas e convidados cantam o hino nacional no fecho das comemorações

Praça do Município, em Benavente, acolheu sessão solene comemorativa dos 51 anos do 25 de Abril onde se olhou para o futuro que está aí à porta com a localização do novo aeroporto no concelho.

Os eleitos das diversas forças políticas na Assembleia Municipal de Benavente discursaram na Praça do Município, durante a sessão solene do 25 de Abril. Na cerimónia respeitou-se um minuto em memória do Papa Francisco e ouviram-se canções de Abril, pela voz de Mária Silva e música do acordeonista Emanuel Soares, como “E Depois do Adeus”, “Tourada”, “Grândola, Vila Morena” e, ainda, “A Portuguesa”, esta última interpretada pela Sociedade Filarmónica Benaventense.
No seu discurso, o presidente da câmara, Carlos Coutinho (CDU), considerou que o planeamento do futuro se faz num momento presente de profundas incertezas. O autarca destacou a importância do planeamento estratégico quando se perspectiva a instalação do novo aeroporto no Campo de Tiro da Força Aérea, em Samora Correia.
Carlos Coutinho considera que a decisão de localizar e construir o aeroporto no concelho representa uma oportunidade extraordinária para garantir mais e melhor desenvolvimento e mais e melhores condições de vida para a população. Alertou, no entanto, para a exigência do momento e para a necessidade de a administração central ter uma atitude diferenciadora para com o município. “É preciso exigir que cumpra com as suas competências e responsabilidades”, disse, sublinhando que “os problemas não se resolvem só por nós próprios”.
O autarca revelou na ocasião que, concluída que está a adaptação do Plano Director Municipal (PDM) ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, o documento estará brevemente em discussão pública e prevê disponibilizar mais terreno urbano com capacidade para acolher cerca de 25 mil novos habitantes. “Queremos progresso, mas não o queremos a qualquer custo”, vincou.
A liberdade não é imune
a retrocessos
Bruno Nepomuceno, da Candidatura Independente pelo Município de Benavente (CIMB), lembra que a liberdade deu voz e a democracia deu ferramentas, defendendo que ambas continuam a ser necessárias para combater falhas persistentes em áreas como a saúde, a educação e a cultura. “Esta liberdade exige vigilância, não é eterna nem é imune a retrocessos”, alerta.
Pelo Chega, Cristina Brandão considera que é preciso ter coragem para dizer que houve quem não soubesse usar a liberdade conquistada, criticando o que qualificou como “corrupção, compadrio e interesses privados disfarçados de interesses públicos”. Para a deputada municipal, a democracia abriu espaço “também para a impunidade”, e defendeu que é preciso proteger Abril “dos erros do presente”.
A socialista Maria João Carvalho destaca os avanços da participação feminina na política após a revolução. “O 25 de Abril trouxe liberdade a todos os cidadãos, abrindo caminho para que, com o tempo, diferentes vozes fossem ouvidas na política, incluindo a voz da mulher que, por décadas, esteve ausente dos espaços de decisão”, afirmou.
Ricardo Oliveira, do PSD, advertiu para os perigos do populismo e da manipulação nas redes sociais. “Vivemos tempos em que os populismos ameaçam os alicerces do regime”, disse, lamentando que se substitua o diálogo pelo oportunismo. Defendeu um município com oportunidades para os jovens e dignidade para os mais velhos, considerando que os jovens, mais do que promessas, merecem acção com projectos que mobilizem e transformem.
Paulo Reis, da CDU, reiterou que “a liberdade é um caminho que se renova a cada dia”. O eleito criticou a crescente desconfiança no regime democrático e a imposição de novas competências às autarquias sem os recursos adequados, o que, segundo disse, “pode ter consequências catastróficas”. O comunista considera que se vivem “tempos de retrocesso democrático” e afirmou que “o 25 de Abril continua a ser tão necessário quanto o foi em 1974”.

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