Oposição em Alcanena critica entrega tardia de documentos por parte do executivo municipal

Na Assembleia Municipal de Alcanena a tensão aumentou na discussão do relatório de contas do município, com vários deputados da oposição a criticarem a entrega tardia deste e de outros documentos, que alegadamente têm sido entregues com poucos dias de antecedência o que dificulta a sua análise.
A entrega do Relatório de Contas de 2024 de Alcanena gerou uma acesa discussão na última assembleia municipal, com críticas da oposição dirigidas à ausência de comissões e à falta de condições para análise prévia dos documentos. A maioria dos intervenientes apontou responsabilidades ao actual executivo liderado por Rui Anastácio. A deputada Carla Batista (PS) começou o debate com elogios à clareza da apresentação do revisor oficial de contas, Sérgio Gomes, mas lamentou que, ao longo do mandato, a assembleia não tenha conseguido criar comissões que permitissem um verdadeiro escrutínio deste e de outros documentos. “Receber um documento tão denso dois ou três dias antes é insuficiente. Eu, que sou contabilista certificada, tenho dificuldade. Imagino os colegas que não são da área”, criticou. A presidente da assembleia, Tereza Sampainho, reconheceu os problemas e atrasos e fez um apelo para que em futuros mandatos os deputados se empenhem e exponham mais as suas críticas na reformulação do funcionamento da Assembleia.
O deputado Silvestre Pereira (PS) também apontou falhas na metodologia e organização do processo de entrega de documentos, defendendo a criação e um maior envolvimento de comissões e lembrando que o regimento previa essa mesma estrutura, mas que até agora ainda não foi devidamente implementada. O autarca sugeriu ainda a prática de orçamentos participativos como um caminho a seguir, dizendo que essa “deve ser a escola ensinada e a metodologia para o futuro”.
O presidente da câmara, Rui Anastácio, defendeu a transparência do actual mandato e comprometeu-se a entregar um relatório de transição, algo que diz não ter recebido quando assumiu funções. Sobre a entrega tardia dos documentos, Rui Anastácio não apresentou qualquer justificação.