Agitação política em Rio Maior com demissão do chefe de gabinete do presidente

O chefe de gabinete do presidente da Câmara de Rio Maior bateu com a porta no final de Março fazendo alusão a situações menos correctas e o assunto continua na ordem do dia. A oposição diz que solicitou esclarecimentos de que ainda não obteve resposta.
A demissão do chefe de gabinete do presidente da Câmara de Rio Maior, Filipe Santana Dias (PSD), tem dado que falar nas últimas semanas, já que o demissionário, Francisco Colaço, terá deixado no ar algumas críticas e alusões que a oposição socialista no executivo camarário quer ver esclarecidas. Em causa está um e-mail enviado por Francisco Colaço, no final de Março, quando se aprestava para deixar as funções no município, a funcionários e colaboradores da autarquia.
Nesse documento, que circulou nas redes sociais, o ex-chefe de gabinete diz que foi “variadíssimas vezes desautorizado” no exercício das suas funções nos “últimos meses” e que na manhã do dia em que decidiu demitir-se teve conhecimento de um email com referência a “situações menos correctas” que punham em causa a Unidade Jurídica e Contratação Pública, o Gabinete de Apoio ao Presidente e a organização do certame Tasquinhas de Rio Maior. Em causa estaria o processo de contratação de serviços de limpeza na edição deste ano das Tasquinhas, que decorreu durante dez dias, no final de Março e início de Abril.
Os vereadores do PS têm questionado em reunião de câmara a autenticidade dessa mensagem, de que tiveram conhecimento pela redes sociais, tendo requerido ao presidente que lhes fosse remetida cópia. Os serviços municipais responderam que tinha de ser pedido um parecer à CADA - Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos, para ver se o email podia ser facultado ou não aos autarcas da oposição.
O MIRANTE contactou o presidente da Câmara de Rio Maior, que confirmou o pedido de demissão do chefe de gabinete, Francisco Colaço. “No que respeita aos contratos relacionados com a realização do evento Tasquinhas de Rio Maior 2025, os mesmos cumprem todos os requisitos legais, como comprova a averiguação realizada pela Unidade Jurídica e de Contratação Pública da Câmara Municipal de Rio Maior. A documentação relativa a esta averiguação foi enviada pelo Executivo Municipal aos partidos da oposição, pelo que lamento que os mesmos, após esclarecidos os factos, não tenham reposto a verdade, alimentando campanhas de desinformação nas redes sociais”, respondeu ao nosso jornal Filipe Santana Dias.
Contactado por O MIRANTE, o vereador do PS Miguel Paulo diz que reuniram com os serviços municipais no dia 22 de Abril, a seu pedido, e aguardam o Relatório de Averiguações Internas, levado a cabo pela Unidade de Conformidade, Transparência e Auditoria do município. “Conforme o que concluir, agiremos de acordo”, afirmou nas breves declarações ao nosso jornal.