Empresária foi à Câmara de Alenquer queixar-se da falta de saneamento básico na Corujeira

Joice Francisco, empresária na área da vitivinicultura, denunciou na última reunião do executivo da Câmara de Alenquer a falta de saneamento básico na aldeia de Corujeira. Com um investimento de cinco milhões de euros em curso, diz estar a enfrentar dificuldades por causa da ausência de infraestruturas e lentidão dos processos camarários.
Joice Francisco reside há seis anos na Corujeira, freguesia de Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha, e, tal como muitos moradores da localidade, enfrenta problemas relacionados com a falta de saneamento básico. A empresária investiu cinco milhões de euros na produção de vinho na Quinta da Corujeira, mas lamenta as dificuldades que tem encontrado para consolidar o negócio.
“Tenho uma fossa séptica, mas como o terreno é argiloso, não suga a água. As fossas já estão cheias e vou ter de as esvaziar, sem sequer ter o espaço aberto. Estamos no século XXI e ali não existe saneamento básico”, afirmou, durante uma reunião do executivo da Câmara de Alenquer, acompanhada por mais duas moradoras da localidade, também afectadas pelo mesmo problema.
Joice Francisco alertou ainda para o excesso de velocidade dos automobilistas que passam junto à sua propriedade, situação que atinge todos os residentes. Por isso, apelou à colocação de delimitadores de velocidade. A empresária revelou ainda que já teve de reformular o plano de negócio três vezes em cinco anos, por causa das demoras na obtenção de autorizações e licenças por parte da Câmara de Alenquer. “Pedi à autarquia, em Dezembro de 2024, autorização para construir um pavilhão agrícola e ainda não obtive qualquer resposta. A última licença termina a 13 de Janeiro e não consigo dar seguimento ao processo por causa das demoras”, sublinhou.
O presidente da câmara, Pedro Folgado (PS), garantiu que os serviços municipais estão a trabalhar no processo de execução dos esgotos, sendo necessário obter um parecer da Câmara Municipal de Torres Vedras, dado que a zona em questão é partilhada territorialmente com Alenquer. Quanto à sinalização de controlo de velocidade, esclareceu que a competência pertence à Infraestruturas de Portugal, responsável pela Estrada Nacional 115.
“Temos muitos processos em curso na câmara e, no seu caso, houve necessidade de contactar entidades externas e a Comissão de Gestão de Fogos Rurais. Em relação ao anexo que está a construir, já está aprovado e será notificada em breve. Não é desculpa, mas temos muito trabalho e despachamos os processos na medida do possível”, concluiu o autarca.