Política | 14-07-2025 18:00

PS distrital reafirma apoio a Pedro Gameiro apesar de polémica da mesquita

PS distrital reafirma apoio a Pedro Gameiro apesar de polémica da mesquita
Pedro Gameiro viu o seu apoio reforçado pela Federação Distrital do PS de Santarém - foto arquivo O MIRANTE

A Federação Distrital do Partido Socialista de Santarém manteve o apoio à candidatura de Pedro Gameiro à Câmara de Benavente, mesmo após as críticas internas geradas pela sua posição sobre a construção de uma mesquita em Samora Correia.

A Federação Distrital do PS de Santarém reafirma a confiança na candidatura de Pedro Gameiro à presidência da Câmara Municipal de Benavente, apesar da controvérsia provocada pela sua oposição à construção de uma mesquita em Samora Correia. A posição expressa por Pedro Gameiro, juntamente com a participação de autarcas socialistas numa manifestação contra a instalação do templo religioso na Avenida O Século, gerou desconforto em várias alas do partido, incluindo críticas de militantes e figuras socialistas a nível nacional.
A polémica culminou com a demissão de António Rabaça Ribeiro do cargo de eleito pelo PS na Assembleia Municipal de Benavente. O agora independente participou já na última sessão do órgão deliberativo municipal, assumindo o novo estatuto político. Apesar da tensão gerada internamente, a estrutura distrital socialista, liderada pelo deputado Hugo Costa, optou por manter o apoio ao candidato, sinalizando que a candidatura de Pedro Gameiro continua a merecer a confiança da federação.

Mesquita continua a gerar debate nacional
A controvérsia em torno da construção de uma mesquita pela Associação Ahmadia do Islão em Portugal, à entrada de Samora Correia, serviu de pano de fundo a um artigo de opinião do jornalista Daniel Oliveira, do semanário Expresso, que denuncia o crescimento da intolerância religiosa no espaço político português e a adesão tácita das forças moderadas à retórica da extrema-direita.
O artigo relembra que a Constituição Portuguesa consagra a liberdade religiosa e a laicidade do Estado, questionando os critérios com que se avalia a legitimidade de construir locais de culto em Portugal. “Contam o número de fiéis para permitir os templos evangélicos que se multiplicam no País? Qual é a desvantagem deste investimento em Samora Correia? O terreno é privado, a construção não tem, que se saiba, dinheiros públicos. Mas, subitamente, aquele passou a ser um terreno onde devia ser construída outra coisa”, pergunta o cronista.
Poucos dias depois, em “O século de Samora Correia”, título de um artigo de opinião de Fernanda Câncio no Diário de Notícias, a jornalista lembra que até à implantação da República, em 1910, as religiões não católicas estavam legalmente impedidas de comprar terrenos ou de construir templos com fachada para a rua, como foi o caso da sinagoga de Lisboa, escondida atrás de um portão branco para cumprir a lei da época.
A jornalista desafia os defensores da liberdade religiosa e da tolerância a imaginar uma situação inversa: cânticos islâmicos amplificados nas ruas durante horas, como ocorre com as festas católicas. Uma provocação que visa evidenciar a assimetria na aceitação pública de diferentes religiões. Fernanda Câncio critica ainda o argumento de que o número de fiéis deve determinar o direito à construção de lugares de culto, classificando-o como uma violação da liberdade religiosa. “Temos leis e instituições que cheguem para combater o ódio religioso, sim. Só falta querer combatê-lo”, conclui.

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