Política | 10-08-2025 07:00

Estado do concelho de Tomar: entre o cenário cor-de-rosa da maioria e as críticas da oposição

Estado do concelho de Tomar: entre o cenário cor-de-rosa da maioria e as críticas da oposição
Deputados debateram estado do concelho de Tomar - foto O MIRANTE

Sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Tomar durou cerca de três horas e serviu para tomar o pulso ao estado do concelho num ambiente de pré-campanha eleitoral. Após intervenção inicial do presidente da Câmara de Tomar, seguiram-se as intervenções dos partidos representados na assembleia. Debate abordou diversas temáticas, como demografia, emprego e turismo.

A Assembleia Municipal de Tomar esteve reunida na noite de quinta-feira, 31 de Julho, numa sessão extraordinária para debater o “Estado do concelho”. Com duração de cerca de três horas, houve ânimos exaltados em alguns momentos e acusações constantes entre partidos. A dois meses das eleições autárquicas, os deputados aproveitaram para criticar o que consideram estar mal e para fazerem propaganda das suas ideias. A sessão iniciou com a intervenção do presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão (PS), que fez uma breve análise do estado actual do concelho. Seguiram-se as intervenções dos partidos com representação no órgão. No final, até o presidente da assembleia, Hugo Costa (PS), tomou da palavra.
Com recurso a uma apresentação visual, Hugo Cristóvão começou por mencionar alguns dados demográficos do concelho. O autarca referiu que o total de população residente em Tomar fixa-se nos 37.039, valor referente a 2024, numa variação positiva de 1,9% em relação ao ano anterior. Relativamente aos estrangeiros residentes, são 1.796, com uma variação positiva de quase 25%.
Passando para a caracterização socioeconómica do concelho, o presidente da câmara destacou que Tomar dispõe de um total de 2.192 entidades e empresas e de 10.173 trabalhadores. No que toca ao saneamento e resíduos urbanos, o presidente da câmara sublinhou a “boa evolução” na recolha de resíduos indiferenciados, com um total de 11.968 toneladas, uma variação negativa de 16%. Já nos selectivos, há um aumento assinalável de 40%.
Nas respostas sociais, Tomar tem 189 fogos de habitação social, 603 vagas em estruturas residenciais para idosos e assistidas e 278 para creches. Ao nível da saúde, o concelho tem 29 médicos de família, sendo que a percentagem de utentes sem médico de família é de 9,5%. Na mobilidade urbana, destaque para o aumento em 22% de utilização de transportes urbanos. Hugo Cristóvão realçou ainda que Tomar é o município com maior índice de utilização de bicicletas partilhadas (meio B). “Quer na cultura, quer no desporto, Tomar investe acima da média nacional”, frisou também o autarca.

Oposição contraria cenário cor-de-rosa
O cenário positivo pintado pelo presidente da câmara foi contrariado pela oposição. O eleito Jorge Gonçalves, do Bloco de Esquerda, defendeu que Tomar não aposta nem nunca apostou no turismo, acusando ainda o executivo municipal de praticar uma política passiva e de algum desleixo. Pelo CDS, Francisco Tavares dirigiu-se ao presidente da assembleia para afirmar que ao longo dos quatro anos de mandato perdeu-se uma oportunidade histórica de unir o órgão aos tomarenses. Disse ainda que o estado actual do concelho é como um “condomínio mal gerido”.
Américo Costa, do Chega, referiu que em Tomar vive-se à custa do passado e sem futuro à vista, defendendo que é preciso apostar na sustentabilidade e na saúde acessível. O eleito da CDU, Bruno Graça, afirmou que foi um erro Tomar ter entrado na empresa intermunicipal Tejo Ambiente. “A CDU continuará a denunciar os abusos, vamos continuar a lutar pela saída da Tejo Ambiente”, frisou.
António Santos, do PSD, acusou o presidente da Câmara de Tomar de falta de rigor nas apresentações. “A população aumentou no concelho, mas muito menos em comparação com o resto do país”, atirou. Finalmente, Marco Durão (PS) defendeu que o estado do concelho reflecte o trabalho sério que tem sido feito pelo executivo municipal.
No final da sessão, Hugo Cristóvão voltou a tomar da palavra, refutando as críticas que lhe foram feitas. Afirmou também que foi “claramente uma assembleia de campanha”. O presidente defendeu que quando alguém diz que Tomar está pior, está a mentir. “É inegável o que está feito, por exemplo, no associativismo. Quantas pessoas que viviam no Flecheiro estão hoje a trabalhar?”, acrescentou. A fechar, o presidente da Assembleia Municipal de Tomar, Hugo Costa (PS), destacou o trabalho desenvolvido pelo órgão ao longo dos quatro anos de mandato, com a realização das sessões extraordinárias sobre o estado do concelho, bem como com a realização de sessões descentralizadas.

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