Assembleia Municipal do Sardoal marcada por discussão sobre políticas de investimento

A última sessão da Assembleia Municipal do Sardoal ficou marcada pelo confronto entre os deputados do PS e o presidente da câmara, Miguel Borges (PSD), sobre as prioridades de investimento escolhidas pelo executivo.
Na última sessão da Assembleia Municipal do Sardoal, o deputado Fernando Vasco (PS) enumerou problemas que, segundo disse, se arrastam há décadas no concelho, e acusou o executivo do PSD de dar prioridade a investimentos culturais em detrimento de outras áreas. Miguel Borges respondeu defendendo que, ao longo do seu mandato, o executivo realizou investimentos em diversas áreas, procurando sempre equilibrar as prioridades do concelho.
O socialista apontou o dedo ao executivo municipal, referindo que problemas estruturais como a falta de manutenção nos bairros sociais, as deficiências nas estações de tratamento de águas e a degradação da Casa Grande dos Almeidas continuam sem solução há décadas. Acrescentou ainda que o executivo tem privilegiado investimentos na área cultural em detrimento de obras sociais e que há um “peso excessivo das despesas com o pessoal”. Na mesma linha, o presidente da Junta de Freguesia do Sardoal, Miguel Alves (PS), acusou Miguel Borges de não cumprir várias promessas, como a revisão do Plano Director Municipal (PDM), a construção de praias fluviais, a ampliação da zona industrial e a construção de Casa da Protecção Civil.
Miguel Borges reconheceu que “há muito ainda por fazer”, mas frisou que foram realizados vários investimentos, como no bairro da Tapada da Torre e mais recentemente na Igreja Matriz, acautelando que grande parte dos investimentos realizados só foram possíveis graças a fundos comunitários e que nunca prometeu soluções rápidas ou “milagrosas”. O autarca defendeu-se das críticas em relação às promessas não cumpridas, sublinhando que estas dependem muito de factores externos e sobre o PDM afirmou que o problema não é exclusivo do Sardoal, lembrando que 60% dos municípios portugueses ainda não conseguiram rever os seus planos. “Gostava que o nosso PDM estivesse revisto e esforçámo-nos imenso, mas não conseguimos. Isso não me satisfaz, mas não é apenas culpa do município, pois este é um problema nacional”, afirmou. Relativamente à Casa da Protecção Civil, Miguel Borges garantiu que o projecto já está incluído nos investimentos territoriais integrados e que terá financiamento garantido. “Nada está em risco ou em causa por não termos a Casa da Proteção Civil pronta. Em nada prejudica a operacionalidade dos bombeiros, mas obviamente que é um acréscimo de condições que queremos oferecer”, disse. O presidente da câmara defendeu ainda que as opções tomadas resultaram de prioridades definidas em função dos fundos disponíveis, assegurando que o município tem investido em áreas fundamentais como a floresta, a rede viária e a valorização dos recursos locais.