Política | 02-10-2025
Executivo do Entroncamento embarga obra de candidato que fez negócio com presidente da câmara


Candidato do Chega, Nelson Cunha, comprou um imóvel para recuperar a Ilda Joaquim na altura em que era vice-presidente da Câmara do Entroncamento, mas agora a obra foi embargada por desconformidades. Candidato fala em imparcialidades e insiste que tudo começou quando a actual presidente decidiu que poderá ser de interesse municipal ampliar a via pública naquela zona.
A Câmara Municipal do Entroncamento determinou o embargo de uma obra promovida pela empresa Prolux, propriedade de Nelson Cunha, candidato à presidência da autarquia pelo Chega, alegando que está a ser realizada sem licenciamento e em desconformidade com o projecto apresentado. Este é um assunto que já foi notícia em O MIRANTE, depois do candidato ter adiantado que há um ano se sentou à mesa com a actual presidente da câmara, Ilda Joaquim, e o seu marido, para acertar a compra de um imóvel situado na Rua Doutor Fanhais. Alguns meses depois, Nelson Cunha assumiu-se como cabeça-de-lista do Chega à autarquia e Ilda Joaquim substituiu Jorge Faria como presidente da câmara, e foi a partir daí que Nelson Cunha diz que o caldo se começou a entornar.
“Confirmo que o embargo foi decidido na reunião de câmara, face à constatação de que a garagem estava em construção sem qualquer aprovação”, afirmou à Lusa a autarca. O empresário e candidato destacou o facto de o imóvel em causa ter sido adquirido pela Prolux à actual presidente da autarquia, circunstância que, na sua opinião, “levanta legítimas dúvidas quanto à imparcialidade” e se enquadra “nas situações de impedimento previstas no Código do Procedimento Administrativo”. A autarca rejeitou a acusação e explicou que o projecto incluía originalmente um telheiro, uma garagem e a alteração de um muro de vedação, mas “o que foi feito foi apenas a garagem, que é o trabalho que está executado”. O processo, detalhou Ilda Joaquim, tinha já sido alvo de indeferimento anterior, tendo sido tentada uma solução de compromisso entre o município e a empresa, para tornar o projeto viável, mas que nunca chegou a ser formalizada.
Artigo desenvolvido na próxima edição impressa de O MIRANTE.
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