Política | 14-10-2025 15:00

Desistência em candidatura do PS de Torres Novas associada a condenação por violência doméstica

Desistência em candidatura do PS de Torres Novas associada a condenação por violência doméstica
foto DR

Número sete da lista dos socialistas à Câmara de Torres Novas desistiu alegando motivos de saúde. Não passou despercebido o facto de ter sido condenado por violência doméstica, crime que motivou a desistência de um candidato da coligação rival que ainda está a braços com a Justiça.

O sétimo candidato efectivo da lista do Partido Socialista à Câmara de Torres Novas, David Garcia, desistiu da corrida autárquica alegando motivos pessoais e de saúde. A explicação é dada a O MIRANTE pelo presidente da concelhia do PS de Torres Novas, Francisco Dinis, que lamenta que estejam a tentar colar esta saída à desistência de Nuno Vasco (PSD/CDS-PP) à União de Freguesias de Torres Novas (São Pedro), Lapas e Ribeira Branca, depois de ter vindo a público que está acusado pelo Ministério Público de um crime de violência doméstica contra a ex-namorada, com processo a decorrer.
A tentativa de relação entre as duas desistências surge pelo facto de David Garcia, actual presidente da mesa da Assembleia de Freguesia de Riachos, ter sido condenado, com trânsito em julgado, por um crime de violência doméstica contra a ex-mulher e mãe do filho. “A questão do David não tem nada a ver com isso, ao contrário do que outra força política quer passar. É uma questão pessoal e de saúde. Ele tem-nos feito acompanhar e disse que não se sentia confortável em estar na lista à câmara e freguesia e quis tomar a decisão antes do início da campanha, porque as questões de saúde não lhe permitiam futuramente e eventualmente assumir funções caso o povo entendesse”, justifica o líder da concelhia, que também integra a lista do PS à câmara municipal encabeçada por José Trincão Marques.
Para Francisco Dinis os dois casos não são comparáveis, até porque no caso de Nuno Vasco o processo encontra-se em aberto, a decorrer na Justiça, enquanto no caso de David Garcia a sentença foi proferida e cumprida há alguns anos. “Todos têm direito à sua reabilitação. Uma pessoa não pode, com base num erro assumido, ficar de fora de uma vida normal e das mais variadas formas de participação por um assunto ultrapassado”, justifica.
“Obviamente que se o processo do David estivesse em aberto ou se estivesse a cumprir uma pena garanto que não o escolheríamos como candidato”, acrescentou Francisco Dinis, reiterando que a questão já nem se coloca porque o visado já nem candidato é. As listas do PS sofreram ainda outra desistência, a de Maximino Romão Ramos à União de Freguesias de Torres Novas (São Pedro), Lapas e Ribeira Branca que alegou motivos pessoais.
Recorde-se que Nuno Vasco, escolha da coligação AD - Tempo de Avançar (PSD/CDS-PP) para a União de Freguesias de Torres Novas (São Pedro), Lapas e Ribeira Branca desistiu da candidatura após ter sido revelado que é arguido e está acusado de um crime de violência doméstica. O Ministério Público acredita que o ex-candidato “agiu consciente e voluntariamente”, “com propósito concretizado de, por forma repetida e continuada, maltratar a ofendida - a ex-namorada - ofendendo-a na sua integridade física e psicológica, provocando-lhe dores, ferimentos, sofrimento […] e lesões verificadas”.
Embora se assuma como “inocente”, Nuno Vasco, antigo director do jornal O Almonda, diz que a decisão visa “não prejudicar o trabalho de uma equipa candidata às autárquicas e de uma coligação”. Apelando ao respeito pela sua decisão o ex-candidato lembrou, citado em comunicado, que todos têm direito à presunção de inocência.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal