Política | 25-10-2025 12:00

Recontagem de votos na freguesia da Erra originou troca de mimos entre PS e PSD

Recontagem de votos na freguesia da Erra originou troca de mimos entre PS e PSD

A eleição para a Junta de Freguesia da Erra, no concelho de Coruche, teve de ser revista voto a voto após um pedido de recontagem apresentado pelo Partido Socialista, que apontou a existência de discrepâncias na contagem inicial.

A eleição para a Junta de Freguesia da Erra, no concelho de Coruche, teve de ser revista voto a voto após um pedido de recontagem apresentado pelo Partido Socialista, que apontou a existência de discrepâncias na contagem inicial. O processo, conduzido pela Assembleia de Apuramento Geral, terminou com a confirmação da vitória da lista do Partido Social Democrata, encabeçada por João Nogueira, por uma margem de dois votos.
Com o apuramento encerrado e os resultados validados, o PSD mantém a presidência da Junta de Freguesia da Erra. O PSD conquistou 150 votos (31,71%), o PS obteve 148 (31,29%), a coligação independente VC-DM somou 133 (28,12%) e a CDU alcançou 26 votos (5,50%). Foram ainda registados 10 votos em branco e 6 nulos. No total, foram atribuídos sete mandatos: três ao PSD, dois ao PS e dois à VC-DM. A margem de dois votos a separar as duas principais forças políticas foi quanto bastou para prolongar a disputa para fora das urnas.
A recontagem, realizada no dia 14 de Outubro, deu origem a uma troca de comunicados entre as concelhias de Coruche do PSD e do PS, que expuseram publicamente leituras distintas do mesmo processo. O PS de Coruche alegou que “existiam duas discrepâncias que obrigatoriamente teriam de ser aferidas” pela Assembleia de Apuramento. A primeira prendia-se com a “existência de um boletim de voto a mais na contagem para a Assembleia de Freguesia da secção de voto 1 da Erra”, situação que não correspondia ao número de votantes registados. A segunda estava relacionada com “um voto declarado nulo pela mesa, mas que apresentava uma intenção clara de voto no quadrado do PS”, acrescentando que “outros votos nulos foram igualmente discutidos, como deve ser feito em relação a todas as mesas”.
O PSD de Coruche, presidido por Francisco Gaspar, repudiou “totalmente o comportamento dos socialistas” por terem solicitado a recontagem dos votos, considerando o gesto “sem sentido” e motivado por “desespero e dificuldade em aceitar o regular funcionamento da democracia”. O social-democrata acrescenta que “a mesa de voto de Vila Nova da Erra era presidida por um membro indicado pelo próprio PS, que foi colocado em causa pelo desespero dos seus correligionários”. No mesmo texto, o PSD apela aos socialistas para que “respeitem as pessoas, falem verdade e assumam compromissos que possam realizar, sem demagogia ou dissimulação”, terminando com a frase: “Um bem-haja a todos e viva a democracia. Deixem governar quem as pessoas escolheram pelo voto”.
A resposta do PS não tardou. A concelhia socialista de Coruche considerou que o respeito pelo eleitorado “implica salvaguardar a transparência do processo autárquico, incluindo o tempo do apuramento global”, e lembram que a realização da Assembleia de Apuramento Geral “é obrigatória por lei”, tendo esta “a responsabilidade de reapreciar votos nulos, deliberar sobre protestos e determinar os candidatos eleitos”. O PS garante ainda “respeitar integralmente a decisão final” e assegura que continuará a pautar-se pela “defesa da legalidade e do supremo interesse das populações”, afirmando-se contra “a desinformação e o partidarismo que nada contribuem para a confiança dos cidadãos nas instituições”.

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