Política | 25-10-2025 15:00

Regresso de Ricardo Oliveira e Samora Correia viraram concelho de Benavente à direita 

Regresso de Ricardo Oliveira e Samora Correia viraram concelho de Benavente à direita 
Social-democratas sedimentaram vitória eleitoral no concelho de Benavente com votação em Santo Estêvão e Samora Correia - foto DR

A coligação PSD/CDS conseguiu uma vitória histórica no concelho de Benavente, sustentada por resultados expressivos em Santo Estêvão e Samora Correia. O regresso de Ricardo Oliveira, líder distrital do PSD, à sua freguesia natal, onde conquistou quase 60% dos votos, e a forte aposta da coligação em candidatos de Samora Correia foram decisivos para a eleição de Sónia Ferreira como presidente da câmara, pondo fim a mais de quatro décadas de liderança comunista.

A noite eleitoral de 2025 marcou uma viragem profunda no mapa político do concelho de Benavente. A coligação Aliança Democrática (PSD/CDS) conquistou a câmara municipal e as principais freguesias, com destaque para Santo Estêvão, onde Ricardo Oliveira, líder distrital do PSD e deputado à Assembleia da República, se candidatou a presidente da junta e alcançou 58,7 por cento dos votos, voltando assim a um cargo que já desempenhou anteriormente.
O resultado confirma Santo Estêvão como bastião da direita e reforça o peso político do seu líder local. Ricardo Oliveira regressou às origens políticas que o lançaram para a ribalta autárquica há mais de uma década. Foi presidente da junta de freguesia em 2009, eleito na Assembleia Municipal de Benavente e vereador na câmara, antes de ver o seu sucessor, Nelson Norte, eleito em 2013, cumprir três mandatos consecutivos na freguesia.
Mas foi em Samora Correia que a AD consolidou a mudança estrutural do concelho. A coligação duplicou, nessa assembleia de freguesia, a votação face a 2021, passando de 16,38 para 29,52% e igualou em mandatos a CDU e o Chega, cada um com quatro eleitos. Passou de terceira para primeira força política mais votada, de 957 para 2.343 votos. Ninguém cresceu tanto como a AD em Samora Correia. O PS, que já vinha em queda, ficou reduzido a 12,7% e apenas um mandato.
A candidatura da AD à Câmara de Benavente, liderada por Sónia Ferreira, natural de Benavente mas com vários candidatos e apoiantes oriundos de Samora Correia, foi capaz de unir duas realidades políticas até então distantes: o eleitorado tradicional de Santo Estêvão e Benavente e o peso urbano de Samora. Essa estratégia, centrada em rostos locais, discurso de gestão e proximidade, terá sido determinante para o resultado final.
Os números confirmam uma redistribuição profunda do voto: em Samora, a AD somou mais de 1.300 votos do que em 2021, enquanto a CDU perdeu quase um milhar e o Chega subiu fortemente, na ordem dos 1100 votos. A afluência às urnas também cresceu de 40,8 para 53,2%, sinal de um eleitorado mais mobilizado e atento à disputa concelhia.
O resultado conjunto de Santo Estêvão e Samora Correia traduziu-se na primeira vitória da AD no concelho de Benavente desde a instauração da democracia. As gerações que têm hoje 40 anos ou menos assistem, pela primeira vez, a um concelho que não é gerido por comunistas. A coligação PSD/CDS beneficiou da dispersão do voto de esquerda e do descontentamento acumulado com o modelo de governação comunista, que era evidente nos testemunhos deixados pelos munícipes em reuniões de câmara, sobretudo ao longo do último ano e meio.

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