Orçamento de Estado considera prioritária a obra do novo Tribunal de Vila Franca de Xira
O prometido avanço do Campus de Justiça de Vila Franca de Xira, cujo concurso ficou deserto por falta de interessados, vai ter uma verba reforçada no próximo Orçamento de Estado para permitir o avanço da obra.
O novo Tribunal de Vila Franca de Xira é uma das prioridades do Governo no Orçamento de Estado para o próximo ano, ficou a saber-se na apresentação do relatório do orçamento entregue na última semana no Parlamento. No documento são apontadas como “intervenções prioritárias” o investimento nos palácios da justiça de Vila Franca de Xira, Braga, Coimbra, Guimarães e Santa Maria da Feira.
É esperado que a verba inicialmente prevista pelo Governo para a obra avançar - no valor de 11,5 milhões de euros - venha a ser reforçada, já que o concurso público lançado no final do ano passado ficou deserto, por desinteresse dos empreiteiros em fazer a obra por esse valor. A proposta de Orçamento de Estado vai ser discutida e votada na generalidade nos dias 27 e 28 de Outubro. A votação final global está marcada para 27 de Novembro, após o debate na especialidade.
O futuro Tribunal de Vila Franca de Xira, recorde-se, tem sido um sorvedouro de dinheiro, mesmo sem nunca ter saído do papel, especialmente para o município, que na última década investiu mais de um milhão de euros do erário público a tentar ajudar o Estado central a fazer uma obra que é da sua competência e que, por um motivo ou outro, nunca viu a luz do dia. Sem contar com a compra do terreno da antiga Escola da Armada, que custou 8 milhões de euros ao município e que este cedeu parcialmente ao Estado para que o tribunal ali possa nascer, a câmara investiu 450 mil euros na elaboração do projecto para o edifício.
A autarquia ficou responsável por encomendar a realização do projecto quando, há seis anos, rubricou um protocolo de cooperação com o Ministério da Justiça para construir o novo tribunal da cidade. Um investimento falado há muitos anos e que visa substituir o actual tribunal, que não tem o mínimo de condições. Além dos custos com o projecto, o município também investiu outros 235 mil euros nas demolições de três edifícios que existiam na antiga Escola da Armada para acomodar o novo tribunal. Está também planeado e acordado com o Ministério da Justiça um investimento adicional de 1,2 milhões de euros em arranjos exteriores e construção das futuras acessibilidades ao edifício, quando este entrar em obra.
A construção do novo tribunal é uma aspiração antiga de Vila Franca de Xira, cidade onde o actual Palácio da Justiça - construído em 1964 - já não tem condições nem capacidade para responder às necessidades de uma zona com mais de 160 mil habitantes, dos concelhos de VFX e Arruda dos Vinhos. O novo edifício será construído no antigo complexo militar da Armada que foi comprado pelo município, numa área de intervenção a rondar os 7.500 metros quadrados. O novo edifício terá capacidade para 650 pessoas, entre 100 magistrados e funcionários e público em geral, receberá os juízos de Trabalho, Comércio e Criminal e terá 10 salas de audiência. Vai centralizar no mesmo local juízos que hoje estão dispersos por vários locais, incluindo o Comércio, que funciona no vizinho concelho de Loures.


