Política | 01-11-2025 12:42

Ambiente político crispado em Santarém com o presidente da câmara a atacar o PS

Ambiente político crispado em Santarém com o presidente da câmara a atacar o PS

João Leite, recentemente eleito presidente da Câmara de Santarém pela coligação PSD/CDS, entrou na polémica que envolve a eleição do executivo da Junta de Freguesia da Cidade de Santarém. E acusa os socialistas de quererem lugares que não conseguiram nas urnas. Isto depois da primeira tentativa para eleição do executivo da junta ter sido chumbado com a ajuda de elementos das forças políticas que compunham a lista.

O presidente da Câmara de Santarém, João Leite, também líder da concelhia do PSD, acusa o PS de Santarém de querer “desrespeitar a vontade da população” ao pretender colocar dois eleitos no executivo da Junta de Freguesia da Cidade de Santarém, ganha pela coligação AD (PSD/CDS) e que tem como novo presidente Alfredo Amante (PSD).

João Leite recorreu mesmo a uma declaração do candidato do PS à Câmara de Santarém, Pedro Ribeiro, no rescaldo das eleições autárquicas - em que o socialista escreveu que “quem ganha governa, o PS não indicará ninguém e deixará passar como é natural as escolhas do presidente. Liberdade total de escolha”- para sublinhar uma suposta contradição dos socialistas entre o discurso e a prática.

“Reforço a nossa disponibilidade para um diálogo constante. Construtivo, que defenda Santarém. Foi, é e será a nossa postura. Mas o PS deu uma ordem expressa para ninguém aceitar funções e na primeira oportunidade o PS tenta forçar a inclusão de dois elementos no executivo na Junta de Freguesia da Cidade de Santarém. Uma vontade liderada pelo ex-presidente Diamantino Duarte, que depois de sair derrotado das eleições pretende ser membro do executivo da Junta de Freguesia da Cidade de Santarém”, publicou João Leite nas redes sociais.

Votos da direita chumbam a própria lista para a junta

Recorde-se que a Junta da Cidade de Santarém ainda não tem o executivo formado. A assembleia de freguesia realizada no dia 30 de Outubro foi inconclusiva, já que a AD não tem maioria absoluta e não conseguiu fazer passar a lista que apresentou. Para a reprovação contribuíram pelo menos três votos contra de eleitos das forças políticas mais à direita.

O executivo é constituído por sete elementos e apenas o presidente da junta é eleito directamente nas autárquicas, como número um da lista da força política mais votada. O restante executivo é eleito pela assembleia de freguesia, onde a coligação PSD/CDS tem 8 eleitos, o PS também tem 8 representantes e o Chega tem 3.

A lista apresentada pela AD era constituída por cinco elementos da coligação e dois elementos do Chega. Se todos os eleitos dessas forças políticas na assembleia de freguesia (8 da AD e 3 do Chega) tivessem votado favoravelmente, como seria expectável, o novo executivo estaria instalado. Mas houve um golpe de teatro e a lista foi chumbada com 11 votos contra e 8 a favor. Com 8 eleitos na assembleia, o PS sozinho nunca conseguiria chumbar a proposta.

Face a esse golpe de teatro, os líderes do PSD, PS e Chega ainda negociaram uma saída, com uma lista que envolvesse 3 eleitos da AD, 2 do PS e 2 do Chega, mas o PSD acabou por não aceitar, por querer ter maioria absoluta no órgão executivo. E acusa os socialistas de quererem continuar no executivo após terem perdido as eleições.

Segunda-feira, 3 de Novembro, pelas 18h30, há novo capítulo desta novela. Em declarações esta sexta-feira a O MIRANTE, Diamantino Duarte, ex-presidente da Junta da Cidade e candidato derrotado nestas eleições, que também lidera a concelhia do PS, disse que o PS apenas pretende que a composição do executivo reflicta os resultados eleitorais, em que a AD, tendo ganho a presidência da junta, não teve maioria absoluta.

Refira-se que, ao contrário o que sucede com o executivo camarário, eleito por sufrágio directo nas autárquicas, o executivo da junta de freguesia é eleito por um universo bem mais restrito, que é a assembleia de freguesia. E nem sempre a correlação de forças permite consensos fáceis.

João Leite pressiona vereação socialista

O mesmo acontece, aliás, nos executivos camarários onde não existe maioria absoluta. Como volta a ser o caso de Santarém. No mandato passado, PSD e PS firmaram um acordo de governação para garantir estabilidade na gestão do município. Uma realidade que não se vai repetir neste novo mandato. E é com os olhos postos nesse cenário que João Leite fecha a publicação divulgada na manhã deste sábado, 1 de Novembro, nas redes sociais.

“Veremos na próxima segunda-feira em sede de reunião de Câmara, qual vai ser a posição do PS sobre assuntos relevantes para a celeridade e capacidade de resposta do Município. E se ao final da tarde vai cumprir a sua palavra na reunião de Assembleia de Freguesia da Cidade de Santarém, deixando Governar, quem efetivamente venceu as eleições”, escreveu o presidente do município de Santarém.

E João Leite acrescenta a finalizar: “Tal como disse ontem na minha intervenção de tomada de posse “sempre que sentir que os interesses pessoais e ou partidários prevaleçam face aos superiores interesses de Santarém, os cidadãos serão os primeiros a saber dessa realidade”. Cumpro, hoje e sempre, a minha palavra”.

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