Política | 02-11-2025 07:00
João Leite promete novo ciclo em Santarém com aposta em obras estruturantes
O presidente da Câmara de Santarém vai governar sem maioria absoluta e sem acordos de governação com a oposição.
João Leite (AD) tomou posse como presidente da Câmara de Santarém e promete um “novo ciclo” baseado em três pilares estratégicos: atracção de investimento privado, reforço do investimento público local e captação de verbas nacionais para projectos estruturantes.
Na cerimónia de tomada de posse dos eleitos para a assembleia e câmara municipal, o autarca destacou que o concelho tem actualmente “600 milhões de euros de investimento privado em curso” e anunciou que “ainda este ano” será divulgado “um grande investimento, muito superior aos valores já conhecidos”.
Para consolidar Santarém "como território competitivo", João Leite prometeu requalificar as zonas industriais de Santarém e Alcanede, construir pavilhões empresariais e manter impostos e taxas municipais “em valores mínimos”, garantindo “estabilidade fiscal” e processos ágeis para atrair empresas. “Queremos colocar Santarém no mapa da agroindústria, do turismo, da logística e da economia verde”, afirmou, sublinhando que só nos últimos dois meses foram anunciados 170 milhões de euros de investimento privado.
O segundo pilar passa pelo investimento público da autarquia, com recurso a fundos europeus e nacionais, para concretizar “projectos estruturantes”. João Leite anunciou a criação de um pelouro dedicado à revitalização urbana, que ele próprio vai assumir, e voltou a destacar intervenções que vão ser feitas na Ribeira de Santarém, onde será construído um novo parque verde urbano. “Vamos devolver o Tejo às pessoas e valorizar as margens ribeirinhas”, disse, acrescentando que a requalificação do património e do espaço público será acompanhada pela aquisição de imóveis para habitação e lojas.
Na área cultural, o autarca revelou que o Teatro Rosa Damasceno será transformado na futura Casa das Artes e Cultura e que está em negociação a compra de um terreno junto ao Teatro Taborda para criar uma zona ajardinada com estacionamento e um anfiteatro natural. “Santarém será um palco de festa e cultura”, afirmou, garantindo também a continuidade do maior plano de investimentos no desporto, com 15 milhões de euros de investimento previsto até final do mandato.
O terceiro pilar anunciado pelo autarca é a atracção de investimento público nacional, com obras já em curso, como a construção de residências para estudantes, e reivindicações como um novo nó de acesso à A1. “Santarém não pede privilégios, pede justiça e equilíbrio territorial”, frisou.
Governar sem maioria e sem acordos
Nas eleições autárquicas de 12 de Outubro, a coligação AD (PSD/CDS) conquistou a presidência da câmara com 42,7% dos votos e 4 vereadores, derrotando o PS que obteve 38,1% e também elegeu 4 mandatos. O Chega consolidou-se como terceira força, mantendo um lugar na vereação. João Leite revelou que, após as eleições, desafiou os partidos com assento na câmara municipal a assumirem responsabilidades na gestão do município. “Agendei reuniões com todas as forças políticas e, apesar do desafio não ter sido aceite, existe perspectiva de convergência e, sobretudo, disponibilidade para o diálogo”, afirmou.
O cabeça de lista do PS, Pedro Ribeiro, que ficou em segundo lugar nas eleições com o mesmo número de vereadores que a lista vencedora, afirmou que o partido fará “uma oposição obviamente responsável”, votando favoravelmente “aquilo que se entender que é importante para o concelho” e contra o que não for. “Daremos naturalmente toda a liberdade ao presidente para a organização da câmara e não indicaremos ninguém para as empresas municipais”, disse, acrescentando que quem governa “deve ter condições para governar” e que, no final, “se correr bem, colherá os louros; se correr mal, será responsabilizado por essas escolhas”.
O vereador do Chega, Pedro Correia, afirmou que o partido fará “uma oposição na continuidade daquilo que foi o mandato anterior”, garantindo que será “contundente, mas também construtiva”.
Já o novo presidente da Assembleia Municipal de Santarém, Gustavo Reis (AD), afirmou que pretende conduzir os trabalhos “com respeito pela pluralidade e pelo diálogo entre todas as forças políticas”, sublinhando que a assembleia será “um espaço de debate construtivo e transparente”.
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