AD e Chega fazem acordo de governação na Câmara de Tomar
Presidente da Câmara de Tomar atribuiu pelouros ao vereador eleito pelo Chega com o objectivo de garantir a estabilidade governativa da coligação PSD/CDS. Hugo Cristóvão, ex-presidente do município e agora vereador da oposição pelo PS, disse que o seu partido não foi abordado nem teve qualquer proposta para entendimentos.
O recém-eleito presidente da Câmara de Tomar, Tiago Carrão, da coligação PSD/CDS (AD), procedeu à definição dos pelouros atribuídos aos membros do executivo. Numk quadro de maioria relativa e com o objectivo de garantir estabilidade governativa, decidiu atribuir pelouros ao vereador Samuel Fontes, eleito pelo Chega, que os aceitou. Samuel Fontes vai assumir funções a tempo inteiro, tendo à sua responsabilidade o gabinete de Gestão da Mobilidade, bem como dos Cemitérios, a Biblioteca Municipal, a Economia Local, Mercados e Feiras e o Veterinário Municipal. Os restantes pelouros foram distribuídos pelos três eleitos da AD, ficando o Partido Socialista e os seus três vereadores apenas como oposição, sem pastas atribuídas. Foi ainda anunciado que Célia Bonet (AD) será a vice-presidente da autarquia.
Na primeira reunião de câmara do novo executivo, que decorreu na manhã de 7 de Novembro, Tiago Carrão explicou que, em primeiro lugar, foi necessário assegurar a estabilidade governativa, tendo sido feito um acordo de governação com o partido Chega. O autarca reconheceu o papel importante da oposição, referindo que cabe agora ao PS desempenhar essa função com “brio e responsabilidade”. Tiago Carrão revelou que têm decorrido reuniões com dirigentes, funcionários do município e empresários, acrescentando que também já visitou uma das empreitadas em curso e que está a preparar algumas das primeiras acções relativas aos compromissos assumidos com o eleitorado. “Entre os compromissos está desde logo a possibilidade de as reuniões de câmara serem descentralizadas, assim como também estamos a iniciar o procedimento para avançar com a auditoria interna ao município”, disse.
O vereador da oposição e ex-presidente do município, Hugo Cristóvão (PS), quis deixar claro que o Partido Socialista não foi abordado nem teve qualquer proposta para algum tipo de compromisso. “E não há mal nenhum nisso, mas o que importa é que isso fique claro logo de início”, frisou. Na resposta, Tiago Carrão afirmou não ter dúvidas de que o que os tomarenses esperam não é quezílias políticas, mas sim trabalho feito e problemas resolvidos, tendo para isso sido necessário encontrar estabilidade governativa. Sobre as palavras de Hugo Cristóvão, apenas comentou: “não vou entrar no diz que disse, mas ambos sabemos, senhor vereador, o teor das conversas que tivemos”.


