Silvino Lúcio promete mais coesão e investimento para Azambuja
O socialista Silvino Lúcio tomou posse como presidente da Câmara de Azambuja, numa cerimónia na Casa do Povo de Aveiras de Cima. Autarca diz ter condições reforçadas para fazer mais pelo concelho e deixou lamentos sobre a campanha eleitoral, na qual diz ter sido chamado de “bronco” e “incompetente”.
Reeleito sem maioria absoluta, o socialista Silvino Lúcio tomou posse, na noite de quarta-feira, 29 de Outubro, para o segundo mandato como presidente da Câmara Municipal de Azambuja e prometeu um concelho “mais coeso, sustentável e com qualidade de vida para todos”. A seu lado, no executivo municipal, vai ter António José Matos e Ana Coelho, do PS, Margarida Lopes e Luís Benavente, do PSD, e Ana Sofia Pires, do Chega.
Ao longo de um discurso presenciado por dezenas de pessoas, que encheram o auditório da Casa do Povo de Aveiras de Cima, Silvino Lúcio fez um balanço negativo da campanha eleitoral no concelho, considerando que se fez um constante “ataque pessoal” à sua pessoa. “Fui chamado de tudo, de incompetente, bronco, de mal-criado. Tudo serviu para tentar atingir a minha imagem e descredibilizar o meu trabalho, mas como se vê não conseguiram porque as pessoas conhecem-me, sabem quem sou, o que defendo e como trabalho”, disse.
Sobre o mandato que passou, classificou-o de “difícil” por aquele município ter sido “obrigado a devolver quatro milhões de euros à Autoridade Tributária”, o que “limitou a capacidade de investimento”. Ainda assim, sublinhou, foram concretizadas obras com importância para o concelho como a requalificação das ruas Vítor Córdon e Engenheiro Moniz da Maia, a construção do novo cemitério de Aveiras de Cima, entre outras. Destacou o apoio em “centenas de milhares de euros” a colectividades e IPSS e os 10 milhões de euros investidos na Educação.
Sobre o novo mandato, diz ter “condições reforçadas para fazer mais e melhor” e promete a requalificação da Escola Secundária de Azambuja – projecto que se tem arrastado ao longo de anos sem sair do papel -, a construção de um novo quartel para a GNR, o Parque Ambiental em Aveiras de Baixo, a requalificação da extensão de saúde de Alcoentre, já em curso, e a continuação da reabilitação de estradas, entre outros investimentos.
Abstenção e baixa percentagem de mulheres na assembleia
A presidente cessante da Assembleia Municipal de Azambuja, Vera Braz, não esteve presente, sendo que os trabalhos foram dirigidos pelo eleito do PS, o partido mais votado, Gonçalo Cerqueira Simões, que acabou por ser empossado presidente daquele órgão após votação. Integram a mesa Teresa Fernandes e Maria Fernanda Fidalgo, na qualidade de primeira e segunda secretárias, respectivamente.
Dirigindo-se à assembleia municipal a que agora preside, Gonçalo Cerqueira Simões comprometeu-se a liderá-la de “forma justa e imparcial”, com “igualdade de tratamento” aos vários eleitos e forças políticas que a compõem. São elas PS, PSD, Chega e CDU. Fazendo uso da palavra, a eleita da CDU desejou quatro anos de “esforço e trabalho por parte de todos”. Do lado do Chega, Briana Batalha destacou a abstenção “preocupante”, com apenas 10 mil votantes num universo de 18 mil, que espelha o “afastamento do cidadão comum da política”, que deixou de ter “credibilidade”. Realçando que “a política não deve ser instrumento para alguém servir os seus interesses”, a eleita prometeu “servir o povo de Azambuja com proximidade, transparência, rigor e sentido de justiça”.
O PSD, pela voz de Nelson Rodrigues, considerou que, apesar da abstenção, o número de votantes aumentou, o que significa que “os munícipes de Azambuja passaram um sinal de que estão atentos e empenhados no futuro do concelho”. Felicitando o presidente reeleito, realçou a “disputa renhida e equilibrada” entre PS e PSD, com o primeiro a ter vencido com uma margem de pouco mais de 200 votos. “Este resultado mostra que o eleitorado está atento, é exigente e quer mais e melhor para o concelho. E mostra que todos temos a responsabilidade de corresponder às expectativas da população”, concluiu.
Por último, o PS, representado por Cláudia Gomes, quis destacar o desequilíbrio na representação de géneros naquela assembleia municipal onde dos 28 membros apenas 11 são mulheres. “A igualdade plena entre homens e mulheres está longe de ser um objectivo totalmente alcançado”, disse, acrescentando que no país se assiste a um “retrocesso” aos direitos das mulheres, dando como exemplo a restrição no direito à amamentação, a revogação do direito ao luto gestacional e a desigualdade salarial.


