João Leite promete acção e obras estruturantes em Santarém no novo mandato
O presidente da Câmara de Santarém vai governar sem maioria absoluta e sem acordos de governação com a oposição. Na tomada de posse, João Leite repetiu promessas e projectos que tem para o concelho e que visam fazer de Santarém “uma das principais capitais de distrito do país”.
João Leite inicia o seu primeiro mandato como presidente eleito da Câmara de Santarém com o peso sobre os ombros das promessas feitas ao longo do último ano e reforçadas no discurso de tomada de posse dos órgãos autárquicos municipais de Santarém, realizada a 31 de Outubro no Convento de São Francisco. Um peso acrescido pela recusa socialista em renovar o acordo de governação que vigorou no anterior mandato, o que torna o cenário mais desafiante, tendo em conta que a coligação AD (PSD/CDS) não tem maioria no executivo. Para fazer passar as suas propostas, a AD, com 4 eleitos, vai sempre precisar de, pelo menos, uma abstenção das bancadas do PS (4 vereadores) ou do Chega (1 vereador).
Daí não surpreender que o autarca tenha pedido união, compromisso e dedicação constante aos membros do executivo para levar a nau a bom porto. Até porque o caderno de encargos é extenso e ambicioso, tendo como objectivo o desenvolvimento do concelho e tornar Santarém “uma das principais capitais de distrito do país”. João Leite disse saber que “nem sempre haverá consensos” com a oposição, mas reconheceu que todos partilham o mesmo objectivo de desenvolvimento e progresso do concelho.
João Leite afirmou que vai assumir uma governação participativa e próxima, com ambição, coragem e acção, prometendo um “novo ciclo” baseado em três pilares estratégicos: atracção de investimento privado, reforço do investimento público local e atracção de investimento público nacional. O autarca destacou que o concelho tem actualmente “600 milhões de euros de investimento privado em curso” e anunciou que ainda este ano será divulgado “um grande investimento, muito superior aos valores já conhecidos”.
O segundo pilar passa pelo investimento da autarquia, com recurso a fundos europeus e nacionais, para concretizar projectos estruturantes. João Leite anunciou a criação de um pelouro dedicado à revitalização do centro histórico e da Ribeira de Santarém, que ele próprio vai assumir, e voltou a destacar intervenções que vão ser feitas na frente ribeirinha, no Campo Infante da Câmara ou na ex-Escola Prática de Cavalaria.
Na área cultural, o autarca revelou que o degradado Teatro Rosa Damasceno será transformado na futura Casa das Artes e Cultura e que está em negociação a compra de um terreno junto ao Teatro Taborda para criar uma zona ajardinada e um anfiteatro natural. Garantiu também a continuidade do maior plano de investimentos no desporto, com 15 milhões de euros de investimento previsto até final do mandato.
O terceiro pilar é a atracção de investimento público nacional, com obras já em curso, como a construção de residências para estudantes, obras na EN362 e variante de Assacaias, e reivindicações como um novo nó de acesso à A1 na zona norte do concelho.
Governar sem maioria e sem acordos
João Leite revelou que, após as eleições, desafiou os partidos com assento no executivo a assumirem responsabilidades na gestão do município. “Agendei reuniões com todas as forças políticas e, apesar do desafio não ter sido aceite, existe perspectiva de convergência e, sobretudo, disponibilidade para o diálogo”, afirmou.
O cabeça de lista do PS, Pedro Ribeiro, que ficou em segundo lugar nas eleições com o mesmo número de vereadores que a AD, afirmou que o partido fará “uma oposição obviamente responsável”, votando favoravelmente “aquilo que se entender que é importante para o concelho” e contra o que não for. “Daremos naturalmente toda a liberdade ao presidente para a organização da câmara e não indicaremos ninguém para as empresas municipais”, declarou, acrescentando que quem governa “deve ter condições para governar” e que, no final, “se correr bem, colherá os louros; se correr mal, será responsabilizado por essas escolhas”.
O vereador do Chega, Pedro Correia, afirmou que o partido fará “uma oposição na continuidade daquilo que foi o mandato anterior”, garantindo que será “contundente mas também construtiva”.
O novo executivo
O novo executivo da Câmara de Santarém é liderado por João Leite (AD). Tem como vereadores Inês Barroso - que fez o juramento de posse via online por razões de saúde -, Pedro Gouveia e Emanuel Campos (todos da AD); Pedro Ribeiro, Paulo Caetano, Cláudia Afonso e Nuno Domingos (todos do PS); e Pedro Correia (Chega).
Gustavo Reis é o novo presidente da assembleia municipal
A mesa da assembleia municipal passa agora a ser presidida pelo médico Gustavo Reis, que tem como secretárias Carla Neto e Ana Marta Teixeira, que compunham a única lista sujeita a sufrágio e apresentada pela coligação PSD/CDS. Gustavo Reis afirmou que pretende conduzir os trabalhos “com respeito pela pluralidade e pelo diálogo entre todas as forças políticas”, sublinhando que a assembleia será “um espaço de debate construtivo e transparente”.


