Carlos Gonçalves pede mais dinheiro para Alverca e Sobralinho e ameaça devolver competências à câmara
Presidente da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, Carlos Gonçalves (CDU), defende que o financiamento atribuído pela Câmara de Vila Franca de Xira é insuficiente para responder às necessidades da população. Na tomada de posse, o autarca pediu a revisão das verbas e avisou que, se nada mudar, poderá devolver competências à autarquia.
Um orçamento de 2,4 milhões de euros é muito limitado e insuficiente para uma junta de freguesia como a de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, disse o novo presidente da união de freguesias, Carlos Gonçalves, eleito pela CDU.
No seu discurso de tomada de posse, que decorreu na Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense, no dia 3 de Novembro, o autarca alertou que para o ano o salário mínimo vai aumentar 6%, sendo que nos últimos quatro anos aumentou 30% e o aumento do valor dos contratos interadministrativos e de execução foram de 12%. “As juntas têm estado a suportar 24% daquilo que é o aumento do salário mínimo e isto não dá para continuar. Tem de ser revisto o financiamento das freguesias ou a câmara fica com as competências para a população não ficar prejudicada com a limpeza urbana ou espaços verdes”, vincou.
Outra das prioridades do executivo CDU é concluir a deslocalização do cemitério municipal São Sebastião, requalificar o cemitério Cruz das Almas, mercados municipais, largo da feira semanal e que o aterro de Mato da Cruz seja encerrado em 2026. “Queremos que a cultura deixe de ser um privilégio de Vila Franca de Xira e que seja mais próxima e descentralizada nas freguesias”, acrescentou Carlos Gonçalves.
Executivo e mesa da assembleia entregues à CDU
Na sessão foram votadas duas listas únicas para a composição da mesa do executivo e mesa da assembleia de freguesia. Nenhuma bancada quis aceitar pelouros no executivo, que agora é composto por autarcas da CDU. A mesa da assembleia é presidida por Carla Tavares, Rui Pereira como primeiro secretário e Elsa Anastácio como segunda secretária, também todos da CDU. Os lugares na oposição vão ser distribuídos entre o PS, com cinco eleitos, Coligação Nova Geração (IL/PSD) também com cinco e o Chega com três representantes.
Em declaração de voto, João de Carvalho, da Nova Geração, garantiu que a sua bancada não vai contribuir para um bloqueio institucional e apelou a um mandato de respeito em que a liberdade de expressão não pode ser confundida com “libertinagem” na linguagem. O Chega prometeu exercer o mandato com responsabilidade e o PS sublinhou que vai ser uma oposição exigente e contribuir com ideias.
Os discursos de tomada de posse acabaram com a intervenção do presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira (PS) que felicitou os novos eleitos e apelou ao diálogo numa sociedade cada vez mais polarizada.


