Política | 25-11-2025 18:00
Aumento do custo da água em Azambuja motiva troca de acusações entre PSD e CDU
Proposta sobre o aumento da tarifa da água em Azambuja deu origem a uma troca de acusações entre o PSD, que votou contra, e a CDU, que se absteve. Sociais-democratas associam o sentido de voto da coligação a “contrapartidas políticas”, que a CDU rejeita.
Os vereadores do PSD na Câmara de Azambuja votaram contra a proposta de aumento da tarifa de consumo da água para 2026, em 3,41%, valor superior à taxa de inflação de 2% prevista pelo Banco de Portugal, considerando que aumentar o custo da água é “inaceitável”. O PSD afirma, em comunicado, que é “particularmente grave a abstenção da CDU”, que acabou por ser “decisiva para aprovar um aumento acima da inflação num bem essencial como a água”.
Para o PSD, representado no executivo municipal por Margarida Lopes e Luís Benavente, “o serviço público de abastecimento de água não pode ser gerido segundo critérios meramente economicistas ou orientados para a rentabilidade privada, devendo respeitar princípios de justiça, transparência e sensibilidade social”. Uma posição que vai de encontro à “posição que o partido tem mantido desde 2009, ano em que a concessão foi aprovada exclusivamente com os votos socialistas”.
Contrariamente, salientam, apesar das posições anteriormente assumidas pela CDU nesta matéria, “o vereador comunista- António Torrão- optou agora por não votar contra a revisão tarifária, contribuindo directamente para viabilizar o aumento proposto. Uma alteração que o PSD questiona se estará “relacionada com eventuais contrapartidas políticas decorrentes da aliança PS/CDU na Câmara de Azambuja, através da qual o vereador comunista recebeu o pelouro da Acção Social e uma remuneração bruta anual de 53.285 euros suportada pelos contribuintes do concelho”.
Numa nota de esclarecimentos, a CDU, à semelhança do que o vereador António Torrão tinha dito em sessão camarária, vem justificar a abstenção pelo “facto de que o não cumprimento do contrato celebrado entre a câmara de Azambuja e as Águas de Azambuja- que prevê uma subida na tarifa- levaria à rescisão do mesmo por parte da empresa, correndo assim o risco de o município entrar em falência técnica por ter de ressarcir a empresa fornecedora da água”.
A coligação, que diz continuar a defender a “reversão da privatização”, afirma que “não embarca em novelas e intrigas mesquinhas, não tem a ânsia de poder a todo o custo como certas forças políticas, que para ficarem bem no retrato não abordam o tema com a profundidade necessária, por desleixo, falta de conhecimento ou demagogia”.
Na mesma nota a CDU, que tem acordo governativo com o PS na Câmara de Azambuja, sublinha que a proposta foi aprovada com o voto de qualidade do presidente daquele município, uma vez que havia empate em votos contra (PSD e Chega) e votos favoráveis (PS). “É falso e mesquinho o que tem vindo a ser apregoado pelo PSD, que foi pela CDU que a proposta passou”, conclui a coligação.
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