Elevador da Calçadinha continua a falhar e oposição fala em inauguração precipitada
Câmara de Coruche validou, no início do mês, a posição sobre a reclamação das contas finais da empreitada de requalificação da Calçadinha. Em reunião do executivo, a discussão do ponto ficou marcada por críticas da oposição à decisão de inaugurar a obra sem recepção definitiva e às avarias recorrentes do elevador.
O executivo da Câmara de Coruche aprovou a posição do município relativa à reclamação da conta final da empreitada da requalificação paisagística da Calçadinha. O presidente da câmara, Nuno Azevedo (PS), explica que o assunto “já tinha despacho do anterior presidente, Francisco Oliveira”, e sublinha que se trata de um desacordo apresentado pelo empreiteiro relativamente às contas finais. Os serviços fizeram a exposição da posição da câmara, foi aceite pelo presidente e foi à reunião para ratificar. Mas perante um ponto aparentemente sem discussão gerou-se uma troca de preocupações entre o executivo face a uma obra inaugurada há cerca de cinco meses sem recepção definitiva.
O vereador Dionísio Mendes, eleito pelo movimento independente Volta Coruche, levantou fortes reservas sobre o equipamento. Criticou, sobretudo, as sucessivas avarias no elevador instalado na Calçadinha, questionando quem é responsável pela manutenção.“É a câmara? O empreiteiro? Uma empresa contratada?”, perguntou. O autarca alertou ainda para os riscos de ter colocado o equipamento ao serviço do público sem que a obra estivesse formalmente recepcionada. “A inauguração foi precipitada, claramente eleitoralista”, vincou, acrescentando que os incidentes “acontecem com alguma frequência” e que há “questões de segurança do elevador que não estão resolvidas”. Dionísio Mendes teme que, com responsabilidades partilhadas, empreiteiro e instalador possam “lavar daí as mãos” caso surjam problemas graves.
O presidente Nuno Azevedo assegurou que existe “um contrato de manutenção obrigatório por lei”, integrado no acordo-quadro da comunidade intermunicipal e válido para outros equipamentos municipais semelhantes. “A garantia da obra é atribuída ao empreiteiro”, explicou, acrescentando que avarias técnicas e falhas operacionais estão cobertas pelo contrato. Admitiu que o elevador tem dado algumas preocupações e que o índice de operacionalidade tem sido muito baixo.
Avarias são recorrentes
Nuno Azevedo revelou ter reunido, na primeira semana de Novembro, com o técnico responsável pelo contrato de manutenção, sendo informado de que a coexistência de intervenientes distintos, nomeadamente instalador, marca e empresa de manutenção, tem dificultado a resolução dos problemas. “Tem sido uma questão bastante complicada, mas isto não pode pôr em causa o bom funcionamento do equipamento”, realçou. Outra preocupação prende-se com os tempos de resposta quando é accionado o alarme. Segundo Nuno Azevedo, “existe um período longo até que as pessoas sejam socorridas quando ficam no interior da cabine”, situação que a câmara quer ver agilizada.
Também o vereador social-democrata Francisco Gaspar pediu garantias de segurança, lembrando que as avarias são recorrentes e, em alguns casos, com pessoas no interior da cabine, incluindo crianças e idosos. “O que a população precisa é de garantias de que o elevador não coloca em risco os utilizadores”, afirmou, defendendo “uma análise profunda” ao equipamento.


