Autarcas do Entroncamento defendem revisão urgente da Carta Educativa
Tema foi debatido em reunião de câmara, depois da abertura de novo concurso nacional para obras de qualificação de escolas.
Na última reunião do Entroncamento, o vereador Rui Madeira alertou para a urgência de requalificar a Escola Secundária da cidade, lembrando que o Governo abriu um novo concurso para obras em 237 estabelecimentos de ensino, com um investimento total de 850 milhões de euros. Na discussão, o vereador Mário Balsa, acrescentou que a revisão da carta educativa é também uma prioridade máxima para o futuro da educação no concelho.
Rui Madeira começou por referir que a Escola Secundária do Entroncamento, inaugurada no final da década de 70, precisa de obras de requalificação e de ampliação, lamentando que, apesar de ter estado classificada para intervenção anteriormente, tenha perdido prioridade. “Desta segunda vez, seria triste que nós não aproveitássemos este concurso e financiamentos, que são significativos para requalificar a escola”, salienta.
O presidente da câmara, Nelson Cunha, confirmou que o município analisou o novo concurso, mas explicou que as escolas do concelho estão classificadas como prioridade dois, enquanto o financiamento agora aberto é apenas para estabelecimentos de prioridade três, o que impede a candidatura da escola secundária. O alerta motivou também a intervenção do vereador Mário Balsa, que destacou a importância de olhar para o problema de forma mais ampla. Defendeu que, além das obras, é fundamental rever com urgência a Carta Educativa do concelho, sublinhando que “está completamente desajustada da realidade actual”. Segundo o autarca, o número de turmas no 1º ciclo duplicou nos últimos anos e escolas como a Escola Básica 2/3 Dr. Ruy d’Andrade “estão no limite da capacidade”. Mário Balsa defendeu ainda que é urgente planear novas respostas, para garantir que todas as crianças tenham acesso a ensino de qualidade. “Se não conseguimos garantir uma educação de qualidade para os nossos alunos, vamos ter um problema gigantesco em mãos. E quem vai pagar a factura são as crianças e os pais que não terão onde as colocar. Precisamos de ter a noção para onde é que vamos e o que é que precisamos para ir para lá”, destacou.
Nelson Cunha concordou com a análise dos vereadores e garantiu que a revisão da Carta Educativa “será enquadrada já no próximo orçamento”, de forma a avaliar a capacidade do município para captar novos financiamentos e responder às necessidades actuais do sistema de ensino.


